quarta-feira, 21 de setembro de 2011

PALAVRA DE VIDA
À mesa com Jesus... (Mt 9, 9-13)
Quando os publicanos e pecadores se sentaram à mesa com Jesus, sua presença foi considerada uma desonra para o Mestre de Nazaré. Sentar-se à mesa com alguém significa situar-se no mesmo nível que ele. Entrar em comunhão com ele. Dize-me com quem comes, e te direi quem és...

Os publicanos eram judeus que, sob a ocupação romana na Palestina, davam-se ao servicinho sujo de cobrar os impostos repassados aos invasores da terra. É fácil imaginar com que apelativos eles eram tratados por seus compatriotas. Além do mais, por estarem em permanente contato com os “cães” romanos, os publicanos eram considerados ritualmente “impuros”, isto é: anátemas, intocáveis...

No Evangelho de hoje, está registrado que Jesus chegou ao extremo de convidar um deles – Levi-Mateus – para integrar o seleto grupo dos Doze. Mal ouviu aquele imperativo convite – Segue-me! -, o publicano abandonou seu telônio e seguiu o Mestre. E achando que a ocasião merecia uma comemoração, organizou um banquete em sua casa, com a presença de seus colegas de profissão.

Eis o agudo comentário de Beda, o Venerável [673-735 d.C.) “Tentemos compreender mais profundamente o acontecimento aqui relatado. Mateus não apenas ofereceu ao Senhor uma refeição corporal em sua morada terrestre; antes, preparou-lhe um banquete na casa de seu coração por sua fé e seu amor, como testemunha aquele que disse: ‘Eis que estou à porta e bato; se alguém escuta a minha voz e me abre, eu entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo’ (Ap 3, 20). Sim, o Senhor está à porta e bate quando ele torna nosso coração atento à sua vontade, seja pela boca do homem que ensina, seja por uma inspiração interior”.

Este episódio do Evangelho deveria ser suficiente para apagar de nossa mente qualquer expectativa de “merecer” a visita de Deus em nossa vida. Deus não escolhe os “bonzinhos” nem os “honestos” para bater à sua porta. Ele vai à casa dos pecadores. É por eles que se fez pão e alimento.

Claro, se alguém não se reconhece pecador e necessitado de perdão, automaticamente se exclui do banquete do amor. E recusa a visita daquele que veio não para os justos, mas para os pecadores...

Orai sem cessar: “Preparas uma mesa para mim...” (Sl 23, 5)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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