domingo, 18 de setembro de 2011

PALAVRA DE VIDA
Ninguém nos contratou... (Mt 20, 1-16a)
Parece uma boa desculpa? Justifica nossa inatividade ou nossa preguiça? Seria mesmo a falta de patrão? Isto é, nós só iríamos trabalhar se nos pagassem por isso? Ou será que os eventuais patrões olharam para nós e balançaram a cabeça, desanimados, diante da má qualidade de nossa mão-de-obra? Avaliaram que não estávamos à altura da empresa?

Nem uma coisa, nem outra. O trabalho existe. A vinha do Senhor está madura e espera pela colheita. O Senhor é bom patrão e não é sovina ao remunerar. Por que ficaríamos na praça, reclamando da vida?

Veja o que escreve Isabelle Rivière: “Aquilo que não vale nada para o mundo, sempre é bom para o Senhor. Àqueles que os patrões humanos desdenharam como inúteis, o Patrão divino sempre oferecerá um contrato, porque o único trabalho que ele nos pede é o nosso amor por Ele; e como Ele fez os homens expressamente para isso, ninguém existe que não tenha recebido dele a capacidade de amar. Assim, basta para todos, em todos os tempos e lugares, que consintam em amar o Patrão”.

Esta é uma boa notícia! Em tempos de produtividade e eficiência, de lucro e desempenho, é bom saber que nenhuma deficiência ou incapacidade nos tornaria inúteis na vinha do Senhor! Ele não espera que sejamos peritos ou que venhamos aumentar a produção de sua empresa. Ele só quer amor...

A escritora francesa vai adiante: “Rejubilemo-nos, pois, os incapazes, os pequenos, os enfermos, os desgraçados, os esgotados, os sem-jeito, os ignorantes, os vencidos, aqueles que são feios demais para serem amados, nem foram suficientemente ricos para arranjar casamento, aqueles que não são ‘dotados’ e aqueles que não souberam usar de seus dons, todos aqueles que não se “realizaram”, os sem-situação, os sem-esperanças, os sem-emprego, aqueles que o mundo rejeitou ou quebrou, retomemos coragem! Retomemos vida! Se os homens não querem saber de nós, Deus quer! Ele – o Senhor universal e perfeito Patrão – nos quer bem”.

Depois disso, levando em conta não o trabalho de nossas mãos, mas os sentimentos de nosso Senhor e Patrão, ninguém se escandalizará na hora do acerto de contas, quando heróis e covardes, sábios e ignorantes, fortes e fracos receberão todos o mesmo salário.

Porque o Amor é péssimo em matemáticas...

Orai sem cessar: “Senhor, vossa bondade chega até os céus!” (Sl 36, 6)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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