quinta-feira, 12 de outubro de 2017

PALAVRA DE VIDA

 Fazei o que ele vos disser... (Jo 2,1-11)

Imagem relacionada            As empresas têm suas normas. Os equipamentos trazem anexo o manual de instruções. Nós, criaturas, recebemos de Deus os Dez Mandamentos. Não é curioso que a tentação básica, para nos afastar do amor divino, esteja centrada exatamente no louco impulso de autonomia que nos seduz para fora do querer divino?

            A tentação é a mesma do início: decida você mesmo aquilo que é bom ou mau para você! Não aceite tutor! Seja você mesmo o seu Dono e Senhor! Não preciso de que me digam o que fazer. Sei muito bem onde tenho o meu nariz!
            Ora, nós somos criaturas. Não somos o Criador. Nossa visão é imperfeita, nossa miopia nos leva aos atalhos tortuosos, aos brejais sem saída. Seguindo as inclinações naturais, fazemos guerras e causamos desastres...
            E por falar em desastres, é a sua possibilidade que nos leva a instituir as leis de trânsito, com mão e contramão, luzes verdes e vermelhas, faixas preferenciais e limites de velocidade. E só um louco alegaria direitos de autonomia para dirigir na contramão e avançar o sinal vermelho. Obedecer às normas é garantia de vida...
            Quando Deus nos enviou seu Filho, nascido de Mulher, imerso em uma sociedade humana, falando um de nossos idiomas, o Senhor mostrava claramente sua intenção de nos orientar em nossa caminhada existencial. Por isso mesmo, no alto do Tabor, a voz que saía da nuvem advertia: “Este é o meu Filho. Escutai-o!” E não é que Deus deseje nos fazer escravos: ele sabe de nossa fraqueza, quer sustentar-nos em sua força.
            Neste Evangelho, no meio de um casamento da roça, quando o vinho faltava e a alegria estava ameaçada, é a Mãe de Deus que diz aos serventes: “Fazei o que ele vos disser!” Assim, Maria encarna o papel da Igreja, preparando os ouvidos da humanidade para acolher a Palavra que, acolhida e obedecida, permite que entre nós se experimente a alegria apagada, a paz ameaçada, a esperança perdida.
            Nós somos pequenos, crianças em crescimento. Nós não nos bastamos, nosso conhecimento é relativo, nossa vontade fragilizada. Dependemos em tudo do dinamismo do Espírito de Deus, de suas luzes, de seu ânimo. A verdadeira sabedoria – aquela que salva – consiste em submeter livremente nossa vontade à vontade de Deus.
Orai sem cessar: “Meu Deus, quero fazer o que te agrada!” (Sl 40,9)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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