domingo, 15 de outubro de 2017

PALAVRA DE VIDA

 O traje de festa... (Mt 22,1-14)
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            Todos são convidados para o grande banquete. O festim é grátis, é pura graça. O povo chama isto de “boca livre”. É o tipo de oportunidade que ninguém rejeita.

Por isso mesmo, o grupo que cerca a grande mesa do festim não chega a ser “gente fina”, não é “vip”. Ao contrário, por ordem expressa do Rei, os “convivas” foram arrastados de todas as encruzilhadas do mundo, ainda cobertos da grossa poeira dos caminhos humanos. Nenhum deles foi convidado devido a algum mérito ou distinção especial. Afinal de contas, o que importa é que a mesa esteja bem cheia, entende o Dono da festa!
            Como entender, então, que um dos convidados acabe lançado fora, na escuridão da noite, por não trajar a veste apropriada? Não parece um contrassenso? André Louf tem sua explicação:
            “Nós temos chance de estar entre os eleitos, mesmo sendo pecador, com a condição de vestir, não um costume aqui de baixo, por mais belo que seja, mas a verdadeira, a única vestimenta das núpcias do Reino.
            Qual é, afinal, este traje nupcial? São Paulo no-lo diz: é a veste nova do homem novo, criado em Jesus Cristo. Ele é Jesus Cristo. Precisamos despojar-nos inteiramente do home velho e de suas pretensões, como uma roupa usada, e revestir, como uma roupa estalando de nova, o próprio Jesus Cristo, a humildade de sua cruz e a força de sua ressurreição. O rei só tolera entre os convivas – sejam eles bons ou maus, não importa – aqueles que apresentam os traços de seu Filho. Aqueles que aceitam ser eleitos e bem-amados no único Eleito e único Bem-Amado: Jesus.”
            E quais são os traços de Jesus? – pergunta a seguir o abade de Mont-des-Cats. E ele mesmo responde, apoiado em São Paulo: “Como eleitos de Deus e seus bem-amados, revesti-vos de terna compaixão, de bondade, humildade, doçura, paciência; perdoai-vos mutuamente; o Senhor vos perdoou”. O rosto de Jesus é a doce piedade, a misericórdia sem fim por nossos irmãos.
            Sim, misericórdia “puxa” misericórdia. A caridade gera a caridade. O convite traz o imperativo de um despojamento do homem velho e do “revestimento” do Filho do Rei. Depois de termos sido chamados, só seremos escolhidos na medida de nossa identificação com o próprio Filho de Deus.

Orai sem cessar: “O que conta é ser nova criatura!” (Gl 6, 15)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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