segunda-feira, 2 de julho de 2018

PALAVRA DE VIDA


Eu te seguirei aonde fores... (Mt 8,18-22)

Resultado de imagem para (Mt 8,18-22) À primeira vista, parece uma declaração incondicional do escriba para o seguimento de Jesus, mas sua proposta é recusada secamente. Jesus bem sabe de que ilusões o pretendente estava alimentado... Quem comenta isto é o biblista Hébert Roux:

            “Ao escriba que vem a ele sem condições nem reservas, Jesus responde: ‘O Filho do homem não tem um lugar onde repousar sua cabeça’. Sem dúvida, Jesus compreendeu que esse homem alimentava ilusões a respeito dele: toma-o por um Senhor prometido aos mais gloriosos destinos... ‘Tu queres ir aonde eu for? Mas, olha: eu não vou a parte alguma! Eu não tenho um lugar que seja meu... Meu reino não é deste mundo (cf. Jo 18,36). É por isso que não preciso de guerreiros que venham a formar um exército para combater pela minha causa! O único lugar que, aqui em baixo, seja meu mesmo é a Cruz. Ali, ninguém me pode seguir...’
            Ainda hoje, nos grupos de oração e nas mídias sociais, nota-se um numeroso grupo de pregadores e de cristãos guerreiros, cuja religião consiste no propósito de fazer frente aos hereges e aos dissidentes, até chegarem ao triunfo definitivo, entre louvores e cânticos de vitória. Pura ilusão! Por isso mesmo, sempre cresce o grupo dos que desanimaram e abandonaram seu serviço e seu ministério quando, em vez de triunfos, bateram de frente com os fracassos e as colheitas magras...
            “Entre o momento em que ressoa o convite a seguir Jesus e aquele instante da entrada no Reino, estende-se a Cruz” – acrescenta H. Roux. “O caminho para segui-lo não é uma estrada triunfal, mas um caminho estreito e doloroso. Não se segue a Jesus por uma decisão heroica, pois ‘a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus’ (1Cor 15,50).” E isto não é uma visão pessimista, mas puro realismo.
            Por isso mesmo, quando alguém se apresenta cheio de entusiasmo, mas movido por outra coisa, que não seja a fé, Jesus logo o desencoraja, contrapondo as exigências da Palavra e da Cruz. O cristianismo “glorioso” é fogo de palha que se extingue à primeira perseguição, gerando uma multidão de gente amarga que passará o resto de seu tempo a criticar a Igreja, a hierarquia e o grupo religioso de onde veio.
            “Se alguém me quer seguir, negue-se a si mesmo...” (Mt 16,24)
Orai sem cessar: “Firma meus passos segundo tua promessa!” (Sl 119,133)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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