Prometida em casamento... (Mt 1,16.18-21.24a)
Por isso mesmo, ao aparecer grávida,
Maria estaria sujeita à pena de lapidação (apedrejamento) estabelecida pela Lei
(cf. Dt 22,20-24; a leitura atenta mostra que também o homem envolvido merecia
o mesmo castigo!). Ao perceber que Maria está grávida, terá passado pela mente
de José esse estatuto legal, vendo-se dividido entre a evidência da gravidez e
sua convicção da pureza e santidade de sua noiva. Assim, ao invés de
denunciá-la publicamente, como previsto na Lei, pensava em afastar-se em
segredo, sendo demovido da intenção pela visita do Anjo durante o sono.
Duas pessoas admiráveis! Maria se
mantinha em silêncio, não vendo como revelar o “segredo de Deus”, a concepção virginal
do Messias prometido. Do outro lado, José, premiado pela Escritura com o título
de “justo” (alguém que manifestava a justiça, i.é, a santidade de Deus!), abre
mão de seu direito, mesmo sem entender a situação. Eis os dois bem no miolo do
projeto divino de nos salvar. O Menino seria homem, pois nasceria de Mulher.
Mas também era Deus, pois nascia sem a contribuição de um pai humano. O Anjo o
deixa claro na “Anunciação a José”: “José, filho de Davi, não temas receber
Maria por tua esposa, pois o que nela se gerou é obra do Espírito Santo.” (Mt
1,20.)
E ao chamar José de “filho de Davi”,
o anjo de Deus situava a Criança que devia nascer no contexto das promessas
feitas pelo Senhor a Davi: “Suscitarei depois de ti a minha posteridade, aquele
que sair de tuas entranhas, e firmarei o seu reino. Ele me construirá um
templo... Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho.” (2Sm 7,12-14.)
Exatamente a leitura desta Liturgia da solenidade de São José.
Orai sem
cessar: “Em vós, Senhor, eu ponho a minha confiança!” (Sl 56,4)
Texto de
Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança
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