Eu sou! (Jo 8,51-59)
Nós
“somos” apenas a partir de nossa fecundação. Esta existência terrestre dura um
tempo e se acaba, com nossa alma espiritual projetada na eternidade. Nosso
“ser” passa, dura muito pouco. A Escritura compara nossa existência à flor do
campo, que fenece e murcha ao fim de um único dia. Só Deus é eterno. Só Deus
“é” de modo absoluto. Só Deus existe por si mesmo.
Não
admira que, ao se apresentar a Moisés, no episódio da sarça ardente (Ex 3), o
Senhor Deus assim lhe desse o seu Nome: “EU SOU”. O termo hebraico que
traduzimos por Javé é, na verdade, uma sequência de 4 grafemas impronunciáveis
(YHWH), derivada de antiga forma do
verbo hawah (ser, ser atuante – diz a TEB). Para o povo da Primeira
Aliança, este era o nome de Deus.
Ora,
neste Evangelho, Jesus Cristo se define com a mesma expressão: “Antes de Abraão
existir, EU SOU!” É por isso que, entendendo a frase como blasfêmia, seus
ouvintes apanharam pedras para o apedrejar. A leitura atenta dos Evangelhos
revela que Jesus insinuou a mesma definição em várias passagens, o que
manifesta a consciência de sua unidade com o Pai, a consciência de ser algo
mais que um simples mortal.
A
nota da Bíblia de Jerusalém para Jo 8,24, diz: “Atribuindo este nome a si mesmo
– EU SOU -, Jesus se apresenta como o único e verdadeiro Salvador, para o qual
tendiam a fé e a esperança de Israel (cf. Jo 8,28.58; 13,19) e também Jo 6,35;
18,5.8).” Nesta última passagem, diante dos guardas que procuravam prendê-lo,
Jesus se entrega dizendo: SOU EU! E diante do Nome de Deus, os soldados caem
por terra...
Recusar
Jesus como Salvador significa dizer: “NÃO ÉS!” E assim começa o inferno...
Orai
sem cessar: “O
Senhor é nosso Rei, ele nos salvará!” (Is 33,22)
Texto de Antônio Carlos Santini,
da Comunidade Católica Nova Aliança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário