Trouxeram
pedras... (Jo 10,31-42)

Neste Evangelho, Jesus ensina no Templo.
E quando o Filho de Deus chama a Deus de Pai, afirmando sua unidade com Ele, os
judeus foram buscar pedras para o apedrejar, como punição contra um
blasfemador. Logo Jesus, que lhes dava o Pão da Palavra, ser ferido com pedras
até a morte?!
É a capacidade humana de pagar o bem com
o mal! Profunda cegueira que rejeita o dom oferecido por Deus! Esta reação se
repetiria: tentaram matar Jesus na sinagoga de Nazaré, ao anunciar o “ano da
graça” do Senhor (Lc 4,14ss). Ou quando perdoou os pecados ao paralítico (Mt 9,1-8).
E ainda quando chamou Lázaro de volta à vida (Jo 11,53). A crucifixão no
Calvário foi apenas a última cena de um drama que os homens daquele tempo
prepararam com ódio e rancor.
Ao longo da História humana, os
discípulos de Jesus enfrentaram o mesmo ódio e a mesma violência. A semelhança
entre o Mestre e seus seguidores fiéis é tão extrema, que Estêvão, o primeiro
mártir, foi morto com pedras (At 7,58). E os apóstolos Pedro e André acabariam
crucificados como Jesus. Na verdade, o martírio vem exatamente atestar que o
discípulo foi fiel a seu Mestre.
A Igreja padece perseguição. Se o homem é
explorado, a Igreja o defende e sofre violência. Ela foi torturada no Coliseu
romano, nos jardins do Imperador e nas minas de metal. Todos os totalitarismos
odiaram Roma, como o nazismo de Hitler e o comunismo de Stálin. Ainda hoje, os
cristãos são martirizados entre comunistas, com os bispos chineses presos e
torturados, ou entre muçulmanos, cujos ativistas degolaram os monges de
Tbhirine, no Monte Atlas (Argélia).
Que temos
nós para Jesus e sua Igreja? Também jogaremos pedras?
Orai sem cessar: “A
pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se a pedra angular.” (Sl
118,22)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade
Católica Nova Aliança.
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