quinta-feira, 12 de junho de 2014

PALAVRA DE VIDA

 Vai reconciliar-te... (Mt 5,20-26)
O olhar atento, iluminado pelo Espírito, identifica nos noticiários o crescente clima de hostilidade entre grupos e classes ocupando polos opostos. Patrões e empregados, direita e esquerda, Norte e Sul, homem e mulher. Mesmo as competições desportivas, criadas com o intuito de aproximar povos e nações, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, acabam lamentavelmente deterioradas em gestos de agressão e violência. Registrou-se mesmo uma guerra entre Honduras e El Salvador, cujo estopim foi uma partida de futebol realizada em junho de 1969.
            Hoje, a estabilidade da Comunidade Europeia – iniciativa de três cristãos admiráveis: Robert Schumann, francês, Konrad Adenauer, alemão, e Alcide De Gasperi, italiano – vê-se agora abalada por crescentes movimentos separatistas em várias nações.
            Enquanto isso, o Sermão da Montanha deixa claro que o culto a Deus é inseparável da reconciliação entre os homens. Máximo, o Confessor [Séc. VII], comenta este Evangelho:
            “Vigia sobre ti mesmo. Toma cuidado para que o mal que te separa de teu irmão não se revele, um dia, não em teu irmão, mas em ti mesmo. Apressa-te a reconciliar-te com ele a fim de não descumprir o mandamento do amor.
            Não te deixes vencer pelo ódio, mas sê vencedor do ódio pelo amor. Eis como vencerás: rezando sinceramente a Deus por teu irmão, aceitando que seja desculpado, ou mesmo fazendo-te o seu defensor, considerando que tu mesmo és o culpado por tua provação, e suportando-a com paciência até que a nuvem tenha passado.
            O irmão que ontem consideravas virtuoso e espiritual, não o julgues hoje falso e maldoso, porque esta aversão foi-te inspirada pela calúnia do Maligno. Rejeita, pois, esta aversão de tua alma; rejeita-a pelo amor paciente, pensando no bem que, ontem, teu irmão te propiciou.
            Quando em teu pensamento não tiveres nem palavra, nem ato vergonhoso, quando não guardares nenhum rancor por quem te fez mal ou falou mal de ti, quando no momento de oração tiveres o espírito sem distração, então saberás que atingiste a plena medida da liberdade interior e do perfeito amor.”
            Se esprememos bem o Evangelho, pinga uma gota: o perdão...
Orai sem cessar: “Perdoa-nos as nossas dívidas,
                         como também perdoamos aos nossos devedores.” (Mt 6,12)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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