O olhar atento, iluminado pelo Espírito, identifica nos
noticiários o crescente clima de hostilidade entre grupos e classes ocupando
polos opostos. Patrões e empregados, direita e esquerda, Norte e Sul, homem e
mulher. Mesmo as competições desportivas, criadas com o intuito de aproximar
povos e nações, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, acabam lamentavelmente deterioradas
em gestos de agressão e violência. Registrou-se mesmo uma guerra entre Honduras
e El Salvador, cujo estopim foi uma partida de futebol realizada em junho de
1969.
Hoje, a estabilidade da Comunidade
Europeia – iniciativa de três cristãos admiráveis: Robert Schumann, francês,
Konrad Adenauer, alemão, e Alcide De Gasperi, italiano – vê-se agora abalada
por crescentes movimentos separatistas em várias nações.
Enquanto isso, o Sermão da Montanha
deixa claro que o culto a Deus é inseparável da reconciliação entre os homens.
Máximo, o Confessor [Séc. VII], comenta este Evangelho:
“Vigia sobre ti mesmo. Toma cuidado
para que o mal que te separa de teu irmão não se revele, um dia, não em teu irmão,
mas em ti mesmo. Apressa-te a reconciliar-te com ele a fim de não descumprir o
mandamento do amor.
Não
te deixes vencer pelo ódio, mas sê vencedor do ódio pelo amor. Eis como
vencerás: rezando sinceramente a Deus por teu irmão, aceitando que seja
desculpado, ou mesmo fazendo-te o seu defensor, considerando que tu mesmo és o
culpado por tua provação, e suportando-a com paciência até que a nuvem tenha
passado.
O
irmão que ontem consideravas virtuoso e espiritual, não o julgues hoje falso e
maldoso, porque esta aversão foi-te inspirada pela calúnia do Maligno. Rejeita,
pois, esta aversão de tua alma; rejeita-a pelo amor paciente, pensando no bem
que, ontem, teu irmão te propiciou.
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