PALAVRA DE VIDA
Entrai pela porta estreita! (Mt 7, 6.12-14)
É como se Deus, que é Pai, apaixonado por seus filhos, forçasse um pouco a barra para nos levar à felicidade celeste. Ele sabe de nossa fraqueza, da infantilidade carnal que nos leva a ser seduzidos pelas purpurinas deste mundo, na ilusão de ser ouro puro...
Mas o Pai sabe que devemos fazer força e colaborar com sua Graça para chegar à salvação. O Apóstolo Paulo sabia disso. Por isso escreveu: “Todos os atletas se impõem muitas privações; e o fazem para alcançar uma coroa corruptível. Castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de ter pregado aos outros”. (1Cor 9, 25. 27.)
De fato, quem se permite todos os prazeres, todas as facilidades, buscando fazer sempre a própria vontade e seguindo suas inclinações naturais, este optou pela porta larga: “a via que leva à perdição”. Todos os mestres espirituais sempre ensinaram que é preciso morrer para nós mesmos, se é que queremos fazer a vontade de Deus. Esta é exigente, supõe uma permanente superação de nossas más tendências e inclinações naturais.
Hoje, a vida ascética é objeto de risos e zombarias. Talvez isto se explique por excessos cometidos em sacrifícios artificiais, como misturar cinza à própria comida, ou exagerar em jejuns que acabam com a saúde e inabilitam para a missão. Mas o exercício de abrir mão de nossas preferências, obedecendo a Deus nos pais e superiores, continua válido como escola de santidade.
Não é possível seguir a Jesus quando nós somos nosso próprio “deus”. O caminho do Calvário, paradoxalmente, é uma “subida para baixo”: humilhar-se, rebaixar-se, ceder a vez, assumir as tarefas que todos rejeitaram. Os santos viveram assim. Isto explica que os intelectuais e acadêmicos tenham tal alergia pela leitura da vida dos santos, tão ao gosto do povo simples...
E eu? Que estrada estou seguindo? A free-way da minha vontade própria? Ou o trilho pedregoso da vontade de Deus?
Orai sem cessar: “Senhor, faz-me viver em teus caminhos!” (Sl 119, 37)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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