domingo, 12 de junho de 2011

PALAVRA DE VIDA
Recebei o Espírito Santo! (Jo 20, 19-23)

        Eles estavam trancados. Dominados pelo medo. Estavam perturbados pelos acontecimentos recentes. Certamente alimentavam sentimentos de culpa por terem abandonado o Mestre à sua Paixão. Jesus aparece inesperadamente no meio dos discípulos, passando pelas portas fechadas e, soprando sobre eles, diz: “Recebei o Espírito Santo”.
        Para que “serve” o Espírito Santo? Qual a finalidade desse dom? Ora, serve para dissipar o medo, transformando covardes em mártires. Serve para serenar a agitação e trazer de volta a paz. Serve para diluir a culpa e reavivar a confiança na misericórdia do Senhor.
        Mas serve – e aqui está a “novidade” deste sopro sobre os Apóstolos! – para pôr nas mãos da Igreja uma notável “faculdade”, até então exclusiva do próprio Deus: o poder de perdoar pecados! (Cf. Mc 2, 5-11.) Daí em diante, este poder é confiado aos homens, gerido e ministrado pela Igreja de Jesus.
        É importante notar que a iniciativa não partiu dos homens: não são os Apóstolos que fazem tal pedido ao Senhor. Daí a impropriedade de quem afirma que a confissão dos pecados é uma “invenção dos padres”. Ao contrário, é um dom maravilhoso de Deus, que incumbe a Igreja de ser o canal da misericórdia divina junto aos pecadores.
        Desde os primeiros momentos, a Igreja nascente, cheia do Espírito Santo, passa a exercer este ministério. É o que se vê nas palavras de Tiago, em sua Carta: “Confessai os vossos pecados uns aos outros e rezai uns pelos outros, a fim de serdes curados”. (Tg 5, 16.) Assim, não tem nenhum fundamento a atitude de quem diz que confessa seus pecados “diretamente a Deus”, quando o próprio Senhor quis a Igreja como mediadora de seu perdão.
        O “Catecismo” ensina: “Conferindo aos apóstolos seu próprio poder de perdoar os pecados, o Senhor também lhes dá a autoridade de reconciliar os pecadores com a Igreja. Esta dimensão eclesial de sua tarefa exprime-se principalmente na solene palavra de Cristo a Simão Pedro: ‘Eu te darei as chaves do Reino dos Céus, e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus’ (Mt 16, 19)”. (Nº 1444)
        Há quanto tempo não busco o perdão de meus pecados no Sacramento da Confissão?


Orai sem cessar: “Confessarei minhas ofensas ao Senhor!” (Sl 32, 5b)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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