segunda-feira, 27 de junho de 2011

PALAVRA DE VIDA
Um copo de água... (Mt 10, 37-42)
        Vivemos entre muitos amores. E é preciso hierarquizar o amor. Nenhum amor pode competir com o amor de Deus. Seria idolatria absolutizar qualquer amor humano, entronizando-o no pedestal que cabe ao Absoluto! Mesmo os afetos mais entranhados – o carinho pelos pais e a ternura pelos filhos – devem estar subordinados ao Amor maior.
        Na verdade, se nosso coração não está cheio do amor de Deus, veremos os pais como opressores e os filhos como fardos. Nosso amor humano, diria o poeta, é “raquítico, político, sifilítico”... Dura pouco, exige troco, precisa ser purificado.
        Mas todo amor será recompensado, sem exceção. Toda vez que saímos de nós mesmos e partilhamos nossas posses, Deus vê, sorri e recompensa... E não importa o valor do dom, a quantidade doada, importa a intenção. Deus vê nosso íntimo e o verdadeiro motivo de nossos gestos. Por mínimo que ele seja – um simples copo d’água! -, se for feito com amor, não ficará sem recompensa!
        Foi pensando nos gestos de amor de Madre Teresa de Calcutá que eu escrevi este soneto: “Teresa, eu vi...”

Teresa, eu vi o teu olhar passando

No meio da miséria deste mundo

E creio que enxerguei ali, bem fundo,

Os olhos de Jesus quase chorando...

Teresa, eu vi teus passos caminhando

Sobre as poças do barro mais imundo,

E a torrente a brotar do mais profundo:

Lavando o ódio... as almas consolando...

Teresa, eu vi tuas mãos feitas doçura

Para adoçar dos pobres a amargura,

Ouvindo a cantilena de tua voz...

E agora que, no céu, enfim descansas,

Estende sobre nós as mãos tão mansas

Para que o Amor cresça também em nós!


Tenho tempo para o Outro? Ou vivo fechado em minha ilha particular?

Orai sem cessar: “Senhor, ensina-me a amar!”

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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