quinta-feira, 14 de julho de 2011

PALAVRA DE VIDA
Eu vos aliviarei! (Mt 11, 28-30)

A vida pesa. Nem poderia ser de outro modo, pois somos uma raça ferida pelo pecado original. Ainda que o Batismo cristão tenha erradicado em nós a culpa da origem, autêntico “genoma espiritual”, permanecem as sequelas em nossa carne e em nossa mente. Não há outra explicação para as más tendências que se manifestam desde o início da vida dos bebês: impaciência, ciúme, egocentrismo e muito mais.

Se a vida pesa, se a existência nos vem sobrecarregar com seu fardo, o Salvador Jesus assumiu nossa carne, nascendo de Mulher, exatamente para nos aliviar. Lavando-nos em seu sangue, reatou a primeira amizade rompida na origem. É nele, Jesus, que fomos adotados pelo Pai. E seu terno amor não consegue ficar indiferente às nossas misérias, a nossas quedas e enfermidades...

No Evangelho de hoje, Jesus se dirige especialmente a você, que se sente cansado da caminhada, onerado por um trabalho que oprime, incapaz de perseverar em sua missão. Ele vem propor uma troca: você lhe entrega o seu próprio fardo e assume o fardo dele, que é suave e levado a dois...

Que jugo será este, que parece leve a quem o abraça? Só pode ser o jugo do amor. É com ele que as mães não desanimam da educação dos filhos, os pais perseveram no trabalho, os médicos acolhem os enfermos, os pobres perdoam a seus opressores.

O contrário do amor não é necessariamente o ódio. Quase sempre, o oposto do amor é o egoísmo: uma vida centrada em si mesmo, na busca de interesses pessoais, com ênfase nas ofensas recebidas, marcada pela indiferença diante da dor alheia. Os santos não são heróis, são apaixonados...

Sim, os santos são ex-cêntricos: saem do próprio centro e se projetam na direção do outro, buscando para ele a felicidade e a realização. Só assim podemos entender a pertinácia de um Dom Bosco, a dedicação de Madre Teresa de Calcutá, o desapego de Francisco de Assis. O progresso do estudante, o sorriso do moribundo, o beijo do leproso – aí está a recompensa desses três irmãos universais.

Jesus foi o modelo de todos eles. Jesus abraça a cruz – que lhe dói como a qualquer mortal – sabendo que aquele sofrimento permitia a salvação de toda a humanidade. Sua Paixão e sua Morte tinham sentido. Ancoravam-se no amor.

Qual a motivação de nossa vida? Por que motivo nós estamos na estrada? Seria, talvez, por amor?

Orai sem cessar: “Por amor de meus irmãos e de meus amigos,

pedirei a paz para ti.” (Sl 122 [121], 8)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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