sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PALAVRA DE VIDA

Valeis mais que muitos pardais! (Lc 12, 1-7)
Quanto vale um pardal? Quase nada. Avezita comum e sem maiores atrativos, compram-se dois deles por um ceitil (isto é, 10 gramas de cobre ou a décima parte de um dia de trabalho!). Não tem a voz melodiosa nem uma plumagem exótica. Apesar desse valor tão ínfimo, sua pequena vida está sob a supervisão do Criador.

E nós, os filhos? Quanto valemos? Estaremos também nós sob os olhos vigilantes de Deus? Claro que sim, ainda que uma “teologia da grandeza” tenha projetado universalmente a imagem de um Deus Todo-poderoso, arquiteto do Universo, mecânico dos planetas, Júpiter Tonante ocupado demais para gastar com os pequeninos um pedaço de sua olímpica eternidade...

Mais de uma vez, o Mestre de Nazaré tentou mudar a concepção de seus contemporâneos, apresentando-lhes uma visão diferente de Deus, terna e paterna, um Deus que se comove exatamente com nossa fragilidade. Hoje, espero que você se livre definitivamente dessa triste imagem ao ler meu soneto “Contemplação”:

Olho as aves do céu... Vejo os pardais

Saltitando no rude calçamento

Da rua, onde encontram alimento

Que graciosamente Vós lhes dais...



Vejo o lírio do campo... Muito mais

Que Salomão, seu raro vestimento

Reflete a luz do sol no firmamento

Com os fios de ouro que fiais...



Sois tão grande, meu Deus, mas dos pequenos

Atendeis o mais leve dos acenos,

Enquanto a noite vem e o dia vai...



Ah! Se os grandes soubessem tudo isso,

Dariam menos tempo ao seu serviço

Para buscar em vós o amor do Pai!



Orai sem cessar: “Em tuas mãos, ó Pai, entrego o meu espírito!” (Lc 23, 46)

Texto e poema de Antônio Carlos Santini, da Com. Católica Nova Aliança.

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