Paz na Terra! (Lc 2, 1-14)
Esta é a lição fundamental do nascimento de Jesus Cristo no Natal: a paz é possível àqueles que se sentem amados por Deus. Ou ainda: todos aqueles que reconhecem a Jesus como Salvador, tornam-se irmãos de quem tem a mesma experiência. Cristo se torna a ponte que une e reconcilia, acima e além de toda barreira humana, seja ela social, econômica, étnica ou cultural.
O hino entoado pelos anjos nas Campinas de Belém falava de duas realidades do Natal: a gloria (para Deus) e a paz (para os homens). Pena que a palavra “paz” tenha sido tão deturpada! Para os romanos, a “paz” consistia em sufocar toda rebelião nas províncias do Império. Para os governos atuais, a paz pode ser confundida com o silêncio dos deserdados do sistema.
Mas o cristão sabe que a verdadeira é paz é dom de Deus e não será conquistada pelas armas nem por acordos comerciais. Por isso mesmo, pedimos na missa: “Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz!” Esta prece é dirigida ao mesmo Jesus que, ressuscitado, entrou no salão onde os discípulos estavam trancados e disse: “A paz esteja convosco!” Sobre ele Paulo escrevia aos cristãos de Éfeso: “Por que Ele é a nossa paz, Ele que de dois povos fez um só, destruindo o muro de inimizade que os separava.” (Ef 2, 14.)
Nós aprendemos com a tradição judaica que o verdadeiro “shalom” não significa a ausência de crises e conflitos, a falta de tiroteios na cidade ou a falta de agressões dentro do lar. A paz não é uma ausência, mas uma “presença”: a presença do Senhor no meio de seu povo.
A noite de Natal vem lembrar a todos que a paz está ao nosso alcance. E poderemos experimentá-la em plenitude ao acolher amorosamente o Menino que veio a nós. Mesmo que ele esteja vestido com o disfarce dos mais pobres deste mundo...
Orai sem cessar: “O Senhor abençoará seu povo, dando-lhe a paz!” (Sl 29, 11)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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