Uma grande multidão... (Mc 3,7-12)

Independente do contexto histórico, Jesus sempre atrairá multidões. O mesmo ocorreria com seus missionários (Vicente de Paulo, Luís de Montfort, Emiliano Tardiff, Pio de Pietrelcina). Quando João Paulo II esteve na França pela última vez, a mídia anticlerical se perguntava, espantada, o que é que atraía tal multidão a vê-lo e ouvi-lo. Na Jornada Mundial da Juventude, em Colônia (2005), já com Bento XVI, a mesma perplexidade vazava dos jornais da TV.
De algum modo, o povo percebe a presença de Cristo em seus representantes e busca por sua Palavra como nos tempos de sua passagem pela terra. Mais que no íntimo de cada um, é nas multidões que fica mais nítida a fome de Deus. De fato, ele anda conosco. É disso que falo em meu soneto “O Caminheiro”:
Se baixo o olhar dos celestiais espaços
E fito a Humanidade em seus caminhos,
Eu vejo pés feridos nos espinhos
Gravando as marcas rubras de seus passos.
Passadas trôpegas, os membros lassos,
Batidos pelos ventos mais mesquinhos,
Trigo inerme ante a roda dos moinhos,
Vejo o povo partido em mil pedaços...
Pobre gente! Imagina que vai só
No seu caminho, feito lama e pó,
Romaria de dores e pecados...
E não percebe – oh! universal loucura! –
Que, no sendeiro grave de amargura,
Jesus Cristo caminha ao nosso lado...
Orai sem cessar: “Feliz o povo que sabe te aclamar!” (Sl 89 [88],16)
Texto e poema de Antônio Carlos Santini, da Com. Católica Nova Aliança.
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