terça-feira, 24 de janeiro de 2012

PALAVRA DE VIDA

Esse é meu irmão... (Mc 3,31-35)

Reconheçamos: a marca registrada do filho é a obediência. Amado pelo pai, o filho responde ao amor com a mais amorosa das sujeições. E não é um fardo pesado a obediência prestada à pessoa que nos demonstra amor...

É assim com Jesus, o Filho do Pai. Sua entrega à Paixão e à morte no Calvário tem um objetivo: “... para que o mundo saiba que amo o meu Pai e ajo conforme o Pai me prescreveu”. (Jo 14,31.) Jesus não se cansa de afirmar sua “dependência” em relação ao Pai: “O Filho não pode fazer nada por si mesmo, mas somente o que vê o Pai fazer; pois o que o Pai faz, o Filho o faz igualmente.” (Jo 5,19.)

Quando o Filho de Deus se encarna, nascendo de Mulher, ele de certa maneira “re-aprende” a ser filho em sua relação com Maria e com José. O Papa Leão XIII realçou esta obediência humana de Jesus: “Daí se seguia, portanto, que o Verbo de Deus fosse submisso a José, lhe obedecesse e lhe prestasse aquela honra e aquela reverência que os filhos devem aos próprios pais.” Obedecendo a José, pai nutrício, Jesus na verdade obedecia a seu Pai eterno.

Ora, se nós pretendemos ser irmãos de Jesus, como o conseguiríamos sem obedecer ao mesmo Pai celeste? Quando nos submetemos à Lei de Deus, a seus mandamentos, mas também quando obedecemos à voz de Deus que fala por meio da Igreja e de seus ensinamentos, Jesus pode olhar para nós e nos reconhecer como irmãos.

Eis o que diz Santo Agostinho: “Será o amor que leva a observar os preceitos ou a observação dos preceitos é que leva ao amor? Mas quem duvida que o amor venha primeiro? Aquele que não ama não consegue observar os preceitos. Assim, ao dizer: ‘se observais meus mandamentos, permanecereis no meu amor’ (Jo 15,10), Jesus mostra não de onde vem o amor, mas aquilo que o prova. É como se ele dissesse: não pensem que vocês permanecem no meu amor, se não observam meus mandamentos, pois se vocês os observam, esta seria a prova de que nele permaneceis.”

A lição é clara: quem ama, obedece. Quem se rebela, recusa automaticamente a sua filiação. Quem obedece, este é filho. Sendo filhos, seremos irmãos do Senhor. E ele poderá olhar para nós, sorrir e afirmar: “Esse é meu irmão!”

Orai sem cessar: “Eis-me aqui, ó Pai, para fazer a tua vontade!” (Hb 10,9)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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