terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

PALAVRA DE VIDA

O fermento dos fariseus... (Mc 8,14-21)

Durante a travessia do lago, Jesus dá um alerta aos discípulos: “Cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes!” Isto equivale a dizer: “Mantenham distância! Cuidado com o seu poder de corrupção! Não se exponham!”

Na Bíblia (com uma única exceção, creio eu: Lc 13,21), a imagem do fermento é símbolo do mal e da impureza espiritual. Tanto que, na véspera da Páscoa, as famílias judaicas deviam pesquisar toda a casa à procura de fermento velho a ser descartado (cf. Ex 12,15.19). A hipocrisia dos fariseus “azedava a massa”, o povo de Israel que Jesus via como “ovelhas sem pastor”.

Comenta a Bíblia de Navarra: “Aqui, a palavra “fermento” é utilizada no sentido de “má disposição”. Com efeito, na elaboração do pão, como é sabido, o fermento é que faz levedar a massa. A hipocrisia farisaica e a vida dissoluta de Herodes, que só se movia por ambições pessoais, eram o “fermento’que contagiava desde dentro a “massa” de Israel, para acabar por corrompê-la. Jesus quer prevenir seus discípulos contra esses perigos, e fazê-los compreender que, para receber sua doutrina, se necessita de um coração puro e simples.”

Hoje também há “fermentos” por aí afora, azedando a vida da Igreja. Teólogos que propõem interpretações da Bíblia de cunho racionalista, baseados apenas em palpites pessoais ou na ideologia de seu grupo acadêmico. Moralistas que, com a intenção de “modernizar” a Igreja, assumem posições subjetivas, pragmáticas, mas que ferem frontalmente a tradição apostólica e a herança judaico-cristã. Ou pregadores que usam (e abusam!) de seu púlpito para incitar o povo contra os ricos e semear o ódio entre as classes.

O Apóstolo Paulo não precisou fazer muito esforço para adivinhar esta situação: “O Espírito diz expressamente que, nos tempos vindouros, alguns hão de apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos embusteiros e a doutrinas diabólicas, de hipócritas e impostores [...].” (1Tm 4,1-2.) E alerta aos Gálatas com a mesma força: “Ainda que alguém – nós ou um anjo baixado do céu- vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema!” (Gl 1,8.)

Ao ler livros que caluniam a Igreja e ouvir pregadores heréticos, nós nos expomos ao “fermento” do mal. Correremos o risco?

Orai sem cessar: “Detesto os corações divididos

e amo a tua lei, Senhor!” (Sl 119 [118],113)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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