quinta-feira, 15 de março de 2012

PALAVRA DE VIDA

Casa sobre casa... (Lc 11,14-23)
            A profecia de Jesus fala de uma derrocada geral. Tal como ele previra para o Templo de Jerusalém - “não ficará pedra sobre pedra” -, o mesmo princípio vale para toda instituição dividida: “cairá casa sobre casa”.
            No ano 70 d.C., as tropas de Tito, filho de Vespasiano, sitiaram Jerusalém, derrubaram suas muralhas e incendiaram o Templo, do qual restou apenas um muro para recolher as lágrimas de Israel: o “Muro das Lamentações”.
            Ao longo da História, muitas outras construções famosas atingiram brilho e fama para, logo após, vítimas da divisão entre os homens, experimentarem uma derrocada semelhante. Pareciam instituições sólidas e inexpugnáveis, capazes de atravessar os séculos – o Império Romano, a Casa d’Áustria, o exército de Hitler, a União Soviética – e foram roídas pela ambição e pelo ódio, pela corrupção dos costumes e pela tirania.
Em nossos dias, os Estados Unidos da América são o grande império do momento, mas já vêm dando mostras de uma ruína inevitável: o crescimento da miséria, a imigração descontrolada, a proliferação de dependentes de drogas, a corrupção moral, o crescente endividamento externo, além do ódio de grupos islâmicos que veem a nação norte-americana como o símbolo do mal.
            Infelizmente, também a Igreja de Jesus sofre os efeitos da divisão interna. Também os seus muros apresentam trincas que merecem preocupação. Ao longo dos séculos, a Igreja sempre sofreu com as perseguições e heresias, mas o Espírito de Deus a manteve de pé. Depois, vieram os grandes cismas, como a separação da Igreja do Oriente (culpados de ambos os lados, é verdade!) e a Reforma protestante, com as lamentáveis “guerras de religião”.
Ainda hoje, de um lado e de outro, há cristãos que se acham no direito de odiar quem está na outra margem. E a oração sacerdotal de Jesus aponta para uma diferente direção: “Pai, que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste. [...] Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade, e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim.” (Jo 17,21.23.)
Na Encíclica “Ut Unum Sint” [1995], João Paulo II mostrava os caminhos para chegar à unidade: a oração, a ação de graças e a esperança. A oração como anelo pela unidade. A ação de graças “porque não nos apresentamos com as mãos vazias”. A esperança, porque a unidade é dom do Espírito Santo. (UUS, 102)
            Tenho contribuído para a unidade da Igreja? Ou sou um pomo de discórdia?

Orai sem cessar: “O Senhor congrega os dispersos de Israel.” (Sl 147,2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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