sábado, 14 de abril de 2012

 Não acreditaram nela... (Mc 16, 9-15)
            Mais uma vez o Evangelho nos mostra Maria Madalena como precursora no anúncio da Ressurreição de Jesus, tal como outra mulher – a Samaritana – fora pioneira em anunciar o Messias a seus conterrâneos (cf. Jo 4). Os discípulos choravam, guardando luto. A mulher traz uma notícia de vida, mas eles se recusam a crer.
            De passagem, vale lembrar que não poucos “teólogos” racionalistas têm atribuído os evangelhos da ressurreição à piedosa imaginação das comunidades cristãs, negando-lhes o caráter de testemunhas oculares. Ora, basta olhar de perto a dificuldades dos apóstolos e discípulos em crer que, de fato, Jesus vencera as barreiras da morte e se manifestava vivo, para verificar como eles haviam sido atropelados pelos acontecimentos, os quais superavam de longe a mais “piedosa” de suas expectativas... Até mesmo para eles, era demais!
            Segundo São Marcos, a mesma incredulidade se manifesta diante do relato dos dois caminheiros de Emaús. Por isso mesmo, Jesus vem agora censurar-lhes a incredulidade e a “dureza de coração”. Aqui, um alerta: a atitude de não crer nas testemunhas de Cristo denuncia o “coração duro”. Tomé mereceria repreensão semelhante ao limitar sua fé aos fatos sensíveis. (Cf. Jo 20, 27.)
            Pois é a esse mesmo grupo de incrédulos que Jesus vai encarregar do anúncio do Evangelho, ponto de partida para o despertar da fé. (Cf. Rm 10, 14.) Quando, no futuro, seus ouvintes demonstrarem dificuldades em crer, os apóstolos poderão dizer: “Comigo também foi assim!”
            São eles, agora, portadores de uma tarefa que onera pesadamente e cobre de responsabilidades: “Quem crer e for batizado, será salvo; quem não crer será condenado”. Leia-se: o anúncio de que Jesus me encarregou é essencial para a salvação de muitos. Se eu não cumpro minha missão, serei responsabilizado!
            Não há limites para este anúncio. Jesus afirma que ele deve ser dirigido “a todas as criaturas”. Ninguém é tão bom que dele não precise. Ninguém é tão decaído que não possa ser salvo pelo Evangelho.
            Tenho cumprido minha missão de evangelizador? Ou minha omissão contribui para a perda de meus irmãos?
Orai sem cessar: “Dá-nos, Senhor, anunciar tua Palavra com desassombro!”
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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