sábado, 28 de abril de 2012

PALAVRA DE VIDA

 A quem iríamos nós? (Jo 6,60-69)
            Diante das palavras de Jesus, muitos seguidores se afastaram para sempre. E ele diz aos Doze: “Também vós quereis partir?” E a resposta fulminante de Pedro: “A quem iríamos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!” E nós? Que alternativa teríamos para Jesus, que deu a vida por nós e nos alimenta na Eucaristia?
            Muitos procuram por “alternativas”. O filósofo da moda. O guru de plantão. Uma ética baseada tão somente em esforço e boa vontade. Uma exótica seita oriental. Qualquer outra estrada que não signifique uma rendição pura e simples Àquele que deu sua vida por nós no Calvário.
            No início de sua caminhada, bem antes do drama do Gólgota, os discípulos ouviram do Mestre uma pergunta capaz de orientar toda a futura rota: “Que é que vocês estão procurando?” Agora, ao fim da jornada, eles olham para trás e percebem que não dá mais para refazer o caminho... Acompanhemos o comentário de François Trévedy:
            Senhor, a quem iríamos nós?... Aqui Pedro extrai a conclusão prática de todo um caminho que ele já percorreu, sem perceber nessa hora, sem dúvida, o desfecho pascal daquele caminho que ainda deve percorrer. Não importa: em sua ‘confissão’ existe todo um itinerário em perspectiva e toda uma rendição. É que ir a Jesus Cristo, dirigir-se até Jesus Cristo, significa render-se a Ele e capitular entre as mãos do Pai, que nos recapitula em seu Cristo (Ef 1,10).
            Itinerante na fé, a Igreja está por inteiro neste “caminhando”; humilde servidora da Palavra, ela está por inteiro nesta rendição. Se nós percebêssemos que plenitude de graça existe em privar da intimidade de Jesus – sim, apenas em conviver com Ele assim como se respira -, e que plenitude de verdade esta simples convivência instaura no mundo, com que alegria inefável e glorificada, para retomar ainda uma vez as palavras de Pedro (1Pd 1,7), nós diríamos em cada domingo: Eu creio na Igreja!
            Aquilo que os adversários chamam de “exclusivismo”, nós chamamos de Verdade. Uma Verdade que ilumina este mundo e suas relações, mas se projeta muito além, em plena eternidade. Pois caminhar com Jesus Cristo é uma exigência de eternidade.
            A quem iríamos nós?
Orai sem cessar: “Senhor, tu tens palavras de vida eterna!”
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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