9/05/2012 – Permanecei em mim! (Jo 15,1-8)

Jesus Cristo é a uva que se deixou esmagar. Sim, o vinho não foi escolhido por acaso como sinal sacramental. Ao lado do trigo generoso, também os cachos de uva devem ser colhidos, amputados do tronco, levados ao lagar e ali pisados sem piedade.
A partir do Calvário, contemplar o Cristo Crucificado significa ter diante dos olhos a imagem daquele que foi pisado pelos homens. Seu sangue pisado é nossa bebida salutar. Sangue todo derramado, distribuído até a última gota, quando a lança do centurião romano rasgou o lado de Jesus, “e imediatamente saiu sangue e água” (Jo 19,34).
Na sagrada Eucaristia, uma vez alimentados pelo Corpo e Sangue de Cristo, passa a correr em nossas veias o Sangue derramado. Entramos em íntima comunhão com o Doador universal. Nas palavras ousadas de São Cirilo de Jerusalém, tornamo-nos com Jesus concorpóreos (sýssomos) e consanguíneos (sýnaimos). De certo modo, somos cristificados com ele. Com ele e com sua missão...
Daí em diante, como poderíamos negar-nos a ser pisados e triturados em benefício dos outros? Como negaríamos nosso esforço e trabalho, suor e cansaço, exigidos para a missão de ajudar a caminhada de nossos irmãos? Como iríamos, ainda, alimentar projetos pessoais de acumulação e glória, comodidade e lazer? Como nos limitaríamos a viver nossa própria vidinha, quando a vida de Jesus Cristo corre em nossas veias? Quando nos é oferecida a participação na cruz do Calvário?...
Permanecer em Jesus não sai barato. Por isso mesmo, talvez, tão poucos escutem o seu convite...
Orai sem cessar: “Quem poderá nos separar do amor de Cristo?” (Rm 8,35)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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