Para que
“serve” o Espírito Santo? Qual a finalidade desse dom? Ora, serve para dissipar
o medo, transformando covardes em mártires. Serve para serenar a agitação e
trazer de volta a paz. Serve para diluir a culpa e reavivar a confiança na
misericórdia do Senhor. Mas serve – e aqui está a “novidade” deste sopro
sobre os Apóstolos! – para pôr nas mãos da Igreja uma notável “faculdade”, até
então exclusiva do próprio Deus: o poder de perdoar pecados! (Cf. Mc 2,5-11.)
Daí em diante, este poder é confiado aos homens, gerido e ministrado pela
Igreja de Jesus.
É importante
notar que a iniciativa não partiu dos homens: não são os Apóstolos que fazem
tal pedido ao Senhor. Daí a impropriedade de quem afirma que a confissão dos
pecados é uma “invenção dos padres”. Ao contrário, é um dom maravilhoso de
Deus, que incumbe a Igreja de ser o canal da misericórdia divina junto aos
pecadores.
Desde os
primeiros momentos, a Igreja nascente, cheia do Espírito Santo, passa a exercer
este ministério. É o que se vê nas palavras de Tiago, em sua Carta: “Confessai
os vossos pecados uns aos outros e rezai uns pelos outros, a fim de serdes
curados”. (Tg 5,16.) Assim, não tem nenhum fundamento a atitude de quem diz que
confessa seus pecados “diretamente a Deus”, quando o próprio Senhor quis a
Igreja como mediadora de seu perdão.
O “Catecismo
da Igreja Católica” ensina aos fiéis: “Conferindo aos apóstolos seu próprio
poder de perdoar os pecados, o Senhor também lhes dá a autoridade de
reconciliar os pecadores com a Igreja. Esta dimensão eclesial de sua tarefa
exprime-se principalmente na solene palavra de Cristo a Simão Pedro: ‘Eu te
darei as chaves do Reino dos Céus, e o que ligares na terra será ligado nos
céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus’ (Mt 16,19)”. (Nº
1444)
Há quanto
tempo não busco o perdão de meus pecados no Sacramento da Confissão?
Orai sem cessar: “Confessarei minhas ofensas ao
Senhor!” (Sl 32,5b)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova
Aliança.
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