sábado, 2 de junho de 2012

PALAVRA DE VIDA


Com que autoridade? (Mc 11,27-33)
            Nós vivemos em uma cultura da “autoridade”. Em lugar de considerar a verdade dos fatos ou a força dos argumentos, preferimos levar em conta a pessoa que está envolvida. Se o assunto é técnico, recorremos ao especialista. Assim, seria o doutor em genética a pessoa indicada para decidir se um embrião humano pode, ou não, ser usado como matéria-prima para pesquisas duvidosas.
            Por outro lado, o “portador da autoridade” faz questão de acentuar o peso de seu cargo ou o brilho de seus galões: “Sabe com quem está falando?!” E o pobre homem-comum acaba esmagado pela prepotência das autoridades.
            Mas há uma “autoridade” que ninguém pode negar: a do AUTOR. Afinal de contas, Jesus Cristo é o Verbo de Deus encarnado. Desde a Criação, ele – o Verbo-Palavra de Deus – participou com o Pai e o Espírito Santo naquele ato de amor que chamou à existência todos os seres: terra e água, fogo e ar, rochas e minerais, sementes e florestas, aves e mamíferos. De tudo, Ele é o Autor!
            Na Palestina do tempo de Jesus, a autoridade política estava nas mãos dos romanos. A autoridade religiosa se dividia entre os saduceus do Templo e os fariseus da Sinagoga. Escribas e doutores da Lei, anciãos e príncipes dos sacerdotes impunham-se ao povo com a autoridade de seus cargos e a imponência de seus títulos.
Eis que surge das planícies roceiras da Galileia um simples carpinteiro que fala das coisas de Deus como quem as conhece de dentro. E, passando da palavra à ação, cura os doentes e expulsa os maus espíritos. Até os guardas enviados para prendê-lo voltam de mãos vazias e com os olhos cheios: “Homem algum jamais falou como este homem!” (Jo 7,46)
Apesar de tudo, Jesus será rejeitado por seu povo. Foi inútil o testemunho de João Batista, que o reconheceu como o Cordeiro de Deus. Inúteis foram os sinais de que Deus agia nele. Inúteis foram as profecias do passado. Sua autoridade acaba recusada, pois competia com numerosos ídolos de plantão: o orgulho nacional, a avareza dos poderosos, o jogo do poder, a letra da Lei.
Fala-se muito no “senhorio de Jesus”. Não é outra coisa a não ser o reconhecimento prático da autoridade de Cristo em nossa vida. E, por falar no assunto: quem manda na sua vida? Quem tem autoridade sobre você? A quem você obedece?
Orai sem cessar: “Observarei o que tua boca exige, Senhor!” (Sl 119,88)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

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