A todas as nações... (Mt 28,16-20)
O primeiro passo da missão da Igreja
consiste em pregar o Evangelho do Reino. Em notável e imprevista ampliação do
horizonte missionário, este anúncio se dirige indistintamente a todas as nações
que povoam a Terra. Bem no coração da Igreja, como se confirmará na luminosa manhã
de Pentecostes, será demolido em definitivo o muro de separação entre judeus e
pagãos. Doravante, o cioso título de filhos de Abraão estende-se a todos
aqueles que possuem a fé. A promessa de salvação realizada em Jesus Cristo
dirige-se agora, sem qualquer distinção, a todo aquele que crê. O desejo de
Deus é que todos os homens sejam salvos.
Como observa o biblista Hébert Roux,
“à pregação do Evangelho junta-se o sinal batismal que assinala a incorporação
ao Corpo de Cristo. Pelo batismo, todas as nações são integradas ao benefício
da graça do Deus vivo, Pai, Filho e Espírito Santo. A presença desta fórmula
trinitária no final do Evangelho manifesta claramente a intenção de Mateus de
situar todo o testemunho que ele empresta ao Evangelho de Jesus Cristo no
quadro da pregação da Igreja Apostólica”.
Na assembleia dos fiéis, a palavra
de Jesus Cristo, inspirada pelo Espírito Santo, impelirá cada fiel a dizer “Abbá”, chamando a Deus de Pai. Assim, não
é apenas Jesus, o Filho, que estará “conosco todos os dias, até a consumação
dos séculos”, mas toda a Trindade. O mesmo Deus da Criação e da Redenção é
aquele que dota a Igreja para a missão e inspira seus passos na História dos
homens, até o grande dia da vinda do Senhor.
Foi
esta certeza que moveu os apóstolos, sustentou os mártires, animou os
missionários de cada geração. A mesma convicção permitirá que a Igreja se
mantenha viva em nosso tempo, apesar de nossa fragilidade e da violência das
tempestades.
Orai sem
cessar: “Feliz o povo que Ele escolheu por sua herança!” (Sl 33,12)
Texto de
Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança
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