
Os saduceus
– que não criam na ressurreição ou na vida após a morte – tentam envolver Jesus
em uma arapuca, imaginando a situação de 7 irmãos que se casam, sucessivamente,
com a mesma mulher (um Barba-Azul de saias!), o que criaria um impasse insolúvel
na eternidade: qual dos 7 ficaria com a esposa no outro mundo? Jesus foge ao
laço com dois princípios: 1) na eternidade, seremos “como anjos”: vencida a
barreira da morte, já não há espaço para a procriação humana, objeto do casamento
no tempo, para perpetuar o gênero humano; 2) se os mortos estão “mortos”, não
ressuscitam, como é que o próprio Deus se apresenta na Escritura como “Deus de
Abraão, de Isaac e de Jacó”, que já morreram? Seria Ele um Deus dos mortos?
Jesus reduz ao ridículo a arapuca dos saduceus e, com ironia, mostra que os
“doutores” desconhecem sua própria Bíblia... Depois da pública vergonha, já não
ousavam interrogá-lo (Mc 12,34).
Com a
difusão de teses espíritas e modismos orientais do hinduísmo, muitos católicos
começam a pensar na ideia da reencarnação como uma boa “saída” para certos
dilemas existenciais e até filosóficos. Ora a reencarnação (vidas sucessivas da
mesma alma espiritual em um novo corpo, a cada encarnação!) é incompatível com
a doutrina cristã e com as lições da Escritura. Jesus fala sempre na
Ressurreição e jamais se refere à possibilidade da reencarnação. A Carta aos
Hebreus afirma que só se vive uma vez (Hb 9,27), com o juízo particular
imediatamente após a morte.
Além do mais, se fosse necessário
passar por diversas vidas para, sofrendo, purificar-se e merecer o céu, a morte
de Cristo na cruz teria sido absolutamente inútil e sem efeito. Para quem
afirma a reencarnação, vale a mesma frase de Jesus: “Estais muito errados!”
Orai sem cessar: “Na minha própria carne, verei a
Deus!” (Jó 19,26)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova
Aliança.
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