Paz a esta casa!
(Lc 10,1-9)
Em toda a história a humanidade,
nunca se fez ouvir tão forte o clamor pela Paz! Paz que é dom de Deus e nos foi
gratuitamente oferecida na pessoa de Jesus Cristo, nossa Paz (cf. Ef 2,14).
Quando Jesus nasceu em Belém de Judá, o hino cantado pelos anjos e ouvido pelos
pastores falava exatamente de paz: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra
aos homens por Ele amados”. A presença do Filho de Deus entre os homens – muito
mais que o arco-íris traçado no céu, após o dilúvio – era o sinal de que a paz
estava ao nosso alcance. Fora reatada a nossa Aliança com Deus.
Séculos passaram, a areia correu
pela ampulheta e... estamos em guerra. Guerra econômica entre Norte e Sul,
guerra política entre Islã e Ocidente, guerra afetiva entre marido e mulher. A
TV fala de ataques terroristas. As imagens mostram sangue e mutilações. As
páginas policiais registram o julgamento do jovem que matou os próprios pais.
Onde foi que perdemos a paz?
Um dia, entrando na cidade, Jesus
chorou sobre Jerusalém, a “Cidade da Paz” que ele tanto amava: “Ah! Se neste
dia tivesses conhecido como encontrar a paz! Mas infelizmente isto ficou oculto
aos teus olhos! [...] Não reconheceste o tempo em que foste visitada!” (Lc 19,42.44.)
O tempo tinha passado. A oportunidade fora perdida. Será que também nós iremos
desperdiçar a “visitação” que Jesus Cristo nos faz?
No Evangelho de hoje, os discípulos
são enviados dois a dois. De casa em casa, como portadores de uma mensagem bem
específica. Ali chegando, devem anunciar: “Paz a esta casa!” Este voto
de paz pode ser acolhido pelos moradores. Se for recusado, a paz recairá sobre
o próprio discípulo.
Anunciar a paz: eis a nossa missão. Uma forma de paz que se traduz
em serviço ao próximo (como fez Madre Teresa de Calcutá), em acolher os
pequeninos (como Dom Bosco), em aproximar as Igrejas (como Ir. Roger Schütz,
protestante), em curar os doentes (como fez o Dr. Albert Schweitzer, luterano),
em recusar toda violência (como o Mahatma Gandhi, hindu), em dar a própria vida
para defender os oprimidos (como Ir. Dorothy Stang).
Em suma, Jesus Cristo renova sempre
sua promessa de paz. Nos últimos tempos, sua presença se fez sentir naqueles
homens e mulheres de boa vontade que consagraram sua vida ao Evangelho. Podemos imitá-los?
Orai
sem cessar: “Cordeiro de Deus, dai-nos a paz!” (Liturgia
eucarística)
Texto
de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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