domingo, 2 de dezembro de 2012

PALAVRA DE VIDA

Cumprirei a promessa... (Jr 33,14-16) 

     Desde a Primeira Aliança, celebrada com os antigos Patriarcas, já estavam previstos os dias em que o Senhor iria cumprir sua promessa de salvação para seu povo Israel. E essa experiência de salvação nos viria através de um “broto da vara de Jessé”, isto é, descendente do Rei Davi, um daqueles escolhidos (como Noé e Abraão) com os quais Deus renovara seu pacto-aliança, acenando com um “germe de justiça”, o Salvador. 
     Curiosamente, o profeta Jeremias encontrava-se preso por ordem do Rei Sedecias. E foi em pleno cárcere que ele ouviu de Deus essas palavras de libertação, a serem transmitidas ao povo. Elas falam de salvação e segurança no exato momento em que as tropas de Nabucodonosor se preparavam para invadir Jerusalém e arrastar Israel para o exílio de Babilônia. Quando a perdição se avizinha, o homem de Deus vem falar de salvação. 
     Não se trata de uma salvação abstrata, nem de simples estado de coisas, ausência de conflitos, progresso econômico ou igualdade social, mas ela consiste na presença de Alguém no meio do povo: um “rebento legítimo” que viria restaurar o direito e a justiça. Nada que se confunda com legalidade ou honestidade, a velha justiça contabilizada dos homens. Deus nos salva quando “justifica”, isto é, quando “santifica”. O povo de Deus só estará salvo de fato quando vier o Menino prometido e injetar em nossos corações a sua santidade divina. 
     Neste tempo litúrgico do Advento, a Santa Igreja – o novo Israel – se prepara piedosamente para acolher de coração aberto o Menino que se aproxima. Vigilante na oração, tal como a sentinela disciplinada que espreita sem cochilar a linha do horizonte, atenta aos primeiros sinais da mais rósea aurora, a Igreja concentra todas as suas esperanças no Menino que vem no Natal. 
     Com o coração cheio de expectativa, podemos cantar com a Igreja orante a antífona de Laudes: 
               As montanhas e as colinas cantarão, 
               as florestas e as matas saudarão ao Senhor, 
               o Rei supremo, que virá 
               e reinará eternamente. Aleluia. 
     Orai sem cessar: “Israel, põe tua esperança no Senhor!” (Sl 130,7) 
     Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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