Conhecereis também a meu Pai! (Jo 14,6-14)
Na festa de dois santos apóstolos e
mártires – Filipe e Tiago -, o Evangelho nos recorda uma animadora promessa de
Jesus: Chegaremos a conhecer o Pai de Jesus Cristo!
Filipe havia pedido: “Mostra-nos o Pai, e isso nos basta!”
Jesus parece espantar-se: “Há tanto tempo estou convosco e não ME conheceis,
Felipe? Quem ME viu, viu o Pai”. O mesmo Jesus que diria: “Eu e o Pai somos
UM”, apresenta o seu próprio rosto como a Face do Pai.
De fato, as palavras e os gestos de Jesus manifestavam – mais
que todas as teofanias da Primeira Aliança, com suas nuvens, trovões e efeitos
especiais – os traços da “personalidade” do Pai celeste: misericórdia e amor,
cuidados pelos seus, uma Vida inesgotável e um perdão sem limites. Essa
“revelação” chegaria ao ponto culminante no Calvário, quando o Amor seria
traduzido na entrega da própria vida.
Estamos diante de uma experiência religiosa que vai além de
tudo que a humanidade já experimentara em sua busca espiritual. Deus não se
confunde com as forças da matéria, que deveriam ser dominadas pela magia e
pelos encantamentos. Deus não é um ser ameaçador cujo excesso de poder pode
extravasar e causar a ruína dos mortais. Deus não é uma solidão inatingível no
alto do Olimpo, neutra diante das misérias humanas. Deus não é um Destino que
puxa os cordéis das marionetes de carne e osso. Deus é Pai.
É para este Pai que Jesus começa a se encaminhar, já no final
de sua missão terrena. E promete estar junto do Pai como nosso intercessor:
“Tudo o que pedirdes ao Pai EM MEU NOME, eu o farei...” E pedir “em nome de
Jesus” é pedir o que Jesus pediria: a glória do Pai, a implantação de seu Reino
na terra, o cumprimento de sua Vontade.
E o pão? E o leite? E as roupas? E o diploma? E o salário? E
a aposentadoria? “São os pagãos que se preocupam com estas coisas; vosso Pai
celeste sabe muito bem que precisais de todas elas.” (Mt 6, 32.) Que devemos,
pois, buscar? “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, e tudo o
mais vos será... dado!” (Mt 6, 33.)
Vivo como pagão? Tento arrancar as coisas de Deus como se ele
não fosse meu Pai? Ou me abandono, confiante, em suas mãos amorosas?
Orai sem
cessar: “Nas tuas
mãos, ó Pai, entrego a minha vida!”
Texto de Antônio
Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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