Este é o meu Filho amado... (Lc 9,28b-36)
É
provável que Jesus tenha levado consigo os três apóstolos para lhes
proporcionar uma luminosa “vacina” em preparação para as trevas do Calvário.
Depois de contemplar no Tabor a glória do Filho de Deus, talvez ficassem menos
decepcionados com a humilhação sofrida na outra montanha...
Até
então, as palavras e os gestos próprios de Jesus tinham suscitado muitas
interrogações entre os seus seguidores. Tal como na tempestade prontamente
serenada por um imperativo do Mestre, quando os discípulos se entreolhavam,
cheios de espanto, perguntando: “Quem é este homem?”
Já
no Batismo de Jesus, nas águas mansas do Jordão, João, o Batizador, fora
privilegiado com a mesma identificação que vinha da voz do Pai: “Este é o meu
Filho bem-amado...” Agora, no Tabor, a mesma voz desce da nuvem para
acrescentar outro imperativo: “Ouvi-o!” Assim o Pai adverte que suas palavras
estão na boca de seu Filho. Dali em diante, os apóstolos poderão afirmar com a
mais tranquila certeza: “Ultimamente, Deus nos falou por seu Filho [...], pelo
qual criou todas as coisas”. (Hb 1,2)
Neste
início de milênio, uma orquestra dissonante ergue infernal sinfonia para negar
a Jesus a sua filiação divina. Mesmo dentro da Igreja, teólogos dissidentes
negam que Jesus seja o único Caminho de salvação a nós oferecido pelo Pai. Uma
vez reduzido a simples profeta, ou respeitável mestre de sabedoria, ou um homem
dotado de superpoderes, ou mesmo agitador político (quem diria!?), Jesus até
seria aceito pelo establishment
neopagão. Nunca, porém, como Pessoa divina revestida de nossa carne.
Ocorre
que nós – cristãos do 3º milênio – somos herdeiros diretos da Tradição
apostólica e não podemos renegar sem culpa o testemunho daqueles que viram a
Luz e ouviram a Voz. Diferentemente de todas as outras religiões, a mensagem
cristã é, no fundo, uma experiência vital que brota da Encarnação do Filho de
Deus que “fez sua tenda entre nós” (cf. Jo 1,14). Sua morte na cruz do Calvário
veio demonstrar de modo cabal a que ponto chegou o extremado amor do Pai pelos
homens.
Você
crê que Jesus Cristo é o Filho de Deus? De que modo procura ouvir a sua voz?
Orai sem cessar: “Em tua luz
vemos a luz!” (Sl 36,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
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