É a mim
que recebe... (Mt 18,1-5.10)
Evidentemente,
qualquer pessoa se sentiria muito honrada ao receber a visita de Jesus.
Dificilmente alguém se recusaria a atender a um pedido de Jesus, que viesse a
bater à sua porta. Para corresponder ao pedido, seríamos capazes de notáveis
gestos de heroísmo...
Ora,
Jesus anda por aí, disfarçado de “pequenino”, e parece que temos dificuldade em
reconhecê-lo. Talvez porque nossa sociedade focalize seus olhares e suas
câmeras sobre os “grandes”, os que se destacam, os ídolos dos palcos, das telas
e dos estádios... E Jesus anda por outras paragens, oculto nas enfermarias do
hospital, no pátio das creches, nas celas do presídio.
Em
tom de alerta, vem a voz de Jesus: “Vede lá, não desprezeis um só destes
pequeninos!” (Cf. v. 10.) Des-prezar é sinônimo de depreciar.
Para desprezar alguém, não precisamos insultar nem ofender, basta avaliar que
não ele tem valor, não tem importância, não merece nossa atenção. Tendemos a
dar mais valor aos que nos ajudam, colaboram conosco, financiam nossos
projetos...
Se
ouvíssemos de fato o ensinamento do Mestre, faríamos exatamente o contrário:
gastaríamos nosso tempo e nosso dinheiro com aqueles que precisam de nós e não
têm como recompensar nosso “investimento”. Assim agia Madre Teresa de Calcutá,
ao trocar as alunas do colégio de ricos pela favela das crianças miseráveis.
Assim age o pároco ao gastar seu tempo com as pessoas aflitas que o procuram,
com os penitentes do confessionário, com as crianças do catecismo. Assim age a
merendeira da escola que distribui a sopa com um sorriso nos lábios...
Em
uma sociedade contabilizada, logo passamos a colar etiquetas nas pessoas: as
que “valem” mais e as que “valem” menos. Como se o valor de alguém estivesse na
conta bancária, na cor da pele, nos seus títulos de doutor. Enquanto isso,
fechamos a porta (e o coração) aos deserdados do sistema.
Lembram-se
de Jesus? Foi acusado de andar no meio de bêbados e prostitutas, de se juntar à
ralé de sua época, recusando alianças com os poderosos. Se Ele voltasse hoje,
quais seriam os seus companheiros?
Ainda
é tempo... Ainda posso abrir espaço em meu coração para os “pequeninos” que o
próprio Jesus iria atender...
Orai sem cessar: “Ele
carrega ao colo os cordeirinhos,
e conduz a
lugar fresco as ovelhas que amamentam.” (Is 40,11)
Texto de Antônio Carlos Santini, da
Comunidade Católica Nova Aliança.
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