quarta-feira, 2 de outubro de 2013

PALAVRA DE VIDA

 É a mim que recebe... (Mt 18,1-5.10)
            Evidentemente, qualquer pessoa se sentiria muito honrada ao receber a visita de Jesus. Dificilmente alguém se recusaria a atender a um pedido de Jesus, que viesse a bater à sua porta. Para corresponder ao pedido, seríamos capazes de notáveis gestos de heroísmo...

            Ora, Jesus anda por aí, disfarçado de “pequenino”, e parece que temos dificuldade em reconhecê-lo. Talvez porque nossa sociedade focalize seus olhares e suas câmeras sobre os “grandes”, os que se destacam, os ídolos dos palcos, das telas e dos estádios... E Jesus anda por outras paragens, oculto nas enfermarias do hospital, no pátio das creches, nas celas do presídio.
            Em tom de alerta, vem a voz de Jesus: “Vede lá, não desprezeis um só destes pequeninos!” (Cf. v. 10.) Des-prezar é sinônimo de depreciar. Para desprezar alguém, não precisamos insultar nem ofender, basta avaliar que não ele tem valor, não tem importância, não merece nossa atenção. Tendemos a dar mais valor aos que nos ajudam, colaboram conosco, financiam nossos projetos...
            Se ouvíssemos de fato o ensinamento do Mestre, faríamos exatamente o contrário: gastaríamos nosso tempo e nosso dinheiro com aqueles que precisam de nós e não têm como recompensar nosso “investimento”. Assim agia Madre Teresa de Calcutá, ao trocar as alunas do colégio de ricos pela favela das crianças miseráveis. Assim age o pároco ao gastar seu tempo com as pessoas aflitas que o procuram, com os penitentes do confessionário, com as crianças do catecismo. Assim age a merendeira da escola que distribui a sopa com um sorriso nos lábios...
            Em uma sociedade contabilizada, logo passamos a colar etiquetas nas pessoas: as que “valem” mais e as que “valem” menos. Como se o valor de alguém estivesse na conta bancária, na cor da pele, nos seus títulos de doutor. Enquanto isso, fechamos a porta (e o coração) aos deserdados do sistema.
            Lembram-se de Jesus? Foi acusado de andar no meio de bêbados e prostitutas, de se juntar à ralé de sua época, recusando alianças com os poderosos. Se Ele voltasse hoje, quais seriam os seus companheiros?
            Ainda é tempo... Ainda posso abrir espaço em meu coração para os “pequeninos” que o próprio Jesus iria atender...
Orai sem cessar: “Ele carrega ao colo os cordeirinhos,
e conduz a lugar fresco as ovelhas que amamentam.” (Is 40,11)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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