O homem
não separe! (Mc 10,1-12)
Notável como Jesus não se preocupa
em agradar, “fazer média”, “fazer mídia”! Não cede um milímetro para ser
simpático. Em tudo e sempre, Jesus se refere ao desígnio de Deus sobre o homem.
E esse desígnio liberta e dignifica o homem e a mulher. Celebrado o matrimônio,
esposa e esposo tornam-se “uma só carne”. Podem rasgar. Separar, não podem...
Vivemos – desde meados do Séc. XX –
uma crescente epidemia de rupturas matrimoniais. Raríssimas as famílias que não
sofreram seus efeitos! O Papa Francisco escreveu: “Animo
todas as comunidades a uma capacidade sempre vigilante de estudar os sinais dos
tempos. Trata-se duma responsabilidade grave, pois algumas realidades
hodiernas, se não encontrarem boas soluções, podem desencadear processos de
desumanização tais, que será difícil depois retroceder. É preciso esclarecer o
que pode ser um fruto do Reino e também o que atenta contra o projeto de Deus.
Isto implica não só reconhecer e interpretar as moções do espírito bom e do
espírito mau, mas também – e aqui está o ponto decisivo – escolher as do
espírito bom e rejeitar as do espírito mau”. (Evangelii Gaudium, 51)
Francisco reflete sobre a realidade
familiar: “A família atravessa uma crise cultural
profunda, como todas as comunidades e vínculos sociais. No caso da família, a
fragilidade dos vínculos reveste-se de especial gravidade, porque se trata da
célula básica da sociedade, o espaço onde se aprende a conviver na diferença e
a pertencer aos outros e onde os pais transmitem a fé aos seus filhos. O
matrimônio tende a ser visto como mera forma de gratificação afetiva, que se
pode constituir de qualquer maneira e modificar-se de acordo com a
sensibilidade de cada um. Mas a contribuição indispensável do matrimônio à sociedade
supera o nível da afetividade e o das necessidades ocasionais do casal. Como
ensinam os bispos franceses, não provém ‘do sentimento amoroso, efêmero por
definição, mas da profundidade do compromisso assumido pelos esposos que
aceitam entrar numa união de vida total’”. (EG, 66)
Assim, a Igreja sabe com clareza, à
luz do Espírito Santo, que no campo da família se trava, hoje, a batalha decisiva
para o futuro da humanidade. As forças de desagregação – em especial os
“poderes” que pretendem fazer do homem mera engrenagem na máquina de produção e
consumo – sabem que seus projetos fracassarão se a célula familiar permanecer
viva.
Orai
sem cessar: “Eu e minha casa serviremos ao
Senhor!”
(Js 24,15)
Texto
de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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