Saiu
o semeador... (Mt 13,1-23)
Nesta
parábola – a primeira de uma série de parábolas a respeito do Reino de Deus –
Jesus usa uma bela imagem para mostrar como a Palavra de Deus age em nossa
vida. Uma semente que cai sobre diversos tipos de terreno, com diferentes
resultados.
Uma
vez, ouvi um pregador que comparou os quatro terrenos a quatro figuras do
Evangelho. Judas Iscariotes seria a terra de onde os demônios (aves do céu, na parábola)
arrebatam a boa semente. Simão Pedro encarnaria a terra pedregosa onde a
semente chega a brotar, mas não tem raízes firmes para enfrentar a hora da
provação. O jovem rico serviria de exemplo para a terra cujos espinhos
(preocupações mundanas e fascínio das riquezas) acabam por sufocar a semente
que brotou. Enfim, a Virgem Maria é a “terra boa” que acolhe a Palavra, dando
abundante fruto.
Quanto
a nós, evangelizadores, não nos basta acolher a Palavra; temos o compromisso de
tomar parte no trabalho de semear. Os desesperados se calam. E é a esperança
que nos impele ao anúncio. Se nos calamos, toda uma seara deixa de existir.
Medite em meu soneto “Semeadura”:
Sopra o vento violento e da paineira
Arranca os flocos cândidos de paina
Que revoam na bruma da bocaina
E se dispersam logo na ladeira.
Sopra o vento veloz a tarde inteira,
Sem se cansar jamais de sua faina,
Até que chega a noite e o vento amaina,
Mudado em brisa tépida e ligeira.
Vem a chuva molhar a madrugada,
Fecundando a semente semeada,
Assim como do céu vinha o maná...
Assim semearemos o Evangelho:
Sementes novas para um mundo velho,
Na esperança da Vida que virá...
Você
esconderia em seu coração a semente de amor que Deus aí semeou?
Orai sem cessar: “Cante minha língua as vossas palavras!” (Sl
119,172)
Texto e poema de Antônio Carlos
Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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