quinta-feira, 25 de setembro de 2014

PALAVRA DE VIDA

Herodes estava perplexo... (Lc 9,7-9)
            Quando o poder de Deus se manifesta à luz do dia, as pessoas reagem diferentemente. Diante da notícia de algum milagre, o povo simples se alegra e dá glória a Deus. Os doutores racionalistas torcem o sábio nariz e sacam da algibeira alguma interpretação baseada na lógica cartesiana. Os profundos psicanalistas recorrem ao inconsciente coletivo para “explicar” o fenômeno.

No caso de Herodes, o rei não sabia o que dizer, o que pensar diante dos relatos de curas e sinais excepcionais realizados por Jesus de Nazaré. Vivendo uma vida escandalosa aos olhos do povo, denunciado publicamente pelo Profeta, Herodes mandara decapitar João Batista na fortaleza de Maqueronte, junto ao Mar Morto. Por mais petrificada que fosse sua consciência, o tetrarca não se libertava do peso dessa culpa. Ouvindo os rumores das curas e milagres, Herodes chega a temer que João Batista tivesse ressuscitado...
Herodes não é o único a ficar perplexo. Nem o único a duvidar. Até Jesus se queixava da incredulidade de seu povo: “Se em Tiro e Sidônia (terra de estrangeiros) se tivessem feito os milagres que se fizeram entre vós, há muito tempo teriam feito penitência em cilício e cinza”. E refletia: “Um profeta só é desprezado em sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa”. (Mc 6,4.)
Também entre os discípulos houve dúvidas. Não apenas Tomé, que só cria no que via. Na manhã da ressurreição, quando Madalena trouxe a nova do túmulo estava vazio, eles depreciaram o testemunho da mulher. E na ascensão de Jesus Cristo, já ressuscitado, alguns discípulos ainda hesitavam.
Hoje, Deus ainda traz “sinais” diante de nossos olhos. Deixando de lado coisas extraordinárias, como imagens que choram, o sol que gira, padres com dons de cura ou locuções interiores, o grande sinal de nossos tempos são os santos e os mártires.
Gente que vive para os pobres, como Madre Teresa de Calcutá. Ou que estende pontes entre as Igrejas, como o Ir. Roger Schutz, fundador de Taizé. Gente que percorre o planeta para evangelizar, como o Papa João Paulo II. Ou que dá a vida para que o outro não morra, como Gianna Beretta Molla e Maximiliano Kolbe. Gente que ama os párias, como Dom Bosco e o Cottolengo. E a incontável multidão de mártires que, em pleno Séc. XX, foram alvo do ódio contra Deus e a Igreja de Jesus Cristo.
E nós? Jesus Cristo nos deixa perplexos?
Orai sem cessar: “Senhor, vem em socorro à minha falta de fé!” (Mc 9,24)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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