Os homens festejavam... (Lc
17,26-37)
Tudo
vai bem? Então, vamos festejar! Mesa farta, vinhos finos, boa música. Novelas,
campeonatos, entertainment... No
tempo de Noé, o dilúvio afogou a festa. No tempo de Ló, o fogo do céu assou os
convivas. Seria hoje diferente?
Ouçamos
a homilia de São João Crisóstomo...
“Quanto
mais o rei se aproxima, mais é preciso preparar-se. Quanto mais próximo o
momento em que será entregue o prêmio ao combatente, melhor é preciso combater.
Assim fazemos nas corridas: quando vem o final da prova e nos aproximamos da
chegada, estimula-se ainda mais a fuga dos corredores. Por isso é que Paulo
diz: ‘Agora a salvação está mais próxima de nós do que quando abraçamos a fé. A
noite vai avançada, o dia está bem próximo’. (Rm 3,11-12).”
Crisóstomo
prossegue: “Já que a noite se desfaz e o dia aparece, façamos as obras do dia;
deixemos as obras das trevas. É assim que fazemos nesta vida: quando vemos que
a noite cede o passo à aurora e ouvimos cantar a andorinha, nós nos despertamos
mutuamente, mesmo que ainda seja noite. Quando esta se dissipa, mais nos
apressamos: ‘Eis o dia!’ E nos dedicamos às tarefas do dia; vestimo-nos depois
de ser arrancados do sono para que o sol nos encontre prontos. [...]
Mas
ainda não é tudo! Indo ainda mais fundo, como não ser tomado por um arrepio
sagrado? Paulo nos dá como manto o próprio Rei. Quem está envolvido por ele
possui todas as virtudes. E quando Paulo diz: ‘Revesti-vos do Senhor Jesus’ (Rm
13,14), ele recomenda nos envolver por completo.
No
mesmo sentido, ele diz em outro lugar: ‘Se Cristo está em vós’ (Rm 8,10) e,
ainda, ‘Cristo habita em nosso homem interior’ (Ef 3,17). É que ele quer ter
sua morada em nossa alma e se revestir de nós como de uma vestimenta, de modo que
ele seja tudo em nós, tanto dentro como fora.
De
fato, não é ele a nossa plenitude? Ele é nosso Caminho, nosso Esposo. Ele é
nossa Fonte, nossa Bebida, nosso Alimento, nossa Vida. Ele é o Apóstolo, o
Doutor, nosso Pai, nosso Irmão, nosso Coerdeiro! Que bem não deseja ele em nós,
desde que a nós ele se une, apega-se a nós de todas as maneiras? Não é a prova
de seu amor?”
Nunca
será demais recordar: estamos a fim de con-versão? Ou de di-versão? Como nos
achará o Senhor no dia de sua Vinda: di-vertidos ou con-vertidos? Só o tempo o
dirá. E o tempo, você sabe... o tempo passa...
Orai sem cessar: “Ficarei
de pé na torre de vigia...” (Hab
2,1)
Texto de Antônio Carlos Santini,
da Comunidade Católica Nova Aliança.
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