segunda-feira, 25 de maio de 2015

PALAVRA DE VIDA

 Uma só coisa te falta... (Mc 10,17-27)
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            Veio correndo. Pôs-se de joelhos. Fez uma pergunta. Diante da resposta de Jesus, o jovem fez uma afirmação ousada: cumpria todos os mandamentos desde a sua juventude. E era verdade! Por isso mesmo, Jesus o olhou e... o amou!

            Jesus deve ter pensado: Um jovem assim, eu bem o queria entre os meus! Mas leu ainda mais fundo em seu coração e viu que ele estava apegado a seus bens. Por isso acrescentou: “Uma só coisa te falta...”
            E a proposta de Jesus (não foi uma ordem!) era a de despojar-se de seus bens. Vender tudo e distribuir o valor aos pobres. Mas uma nuvem cobriu o rosto do rapaz, que se retirou cheio de tristeza.
            Por que ficou triste? Pela perspectiva de abrir mão de sua herança? Talvez... Mas eu tenho outra visão das coisas. O jovem era bom. Muito bom. Sabia que era bom. E nesse momento, diante de Jesus, recebeu uma nova luz e percebeu, pela primeira vez, quanto era apegado à terra, rebanhos e tudo mais.
            Foi embora, sim. Mas foi triste. Sou capaz de apostar que aquela tristeza (bendita tristeza!) continuou a fermentar em seu coração. E foi o suficiente para que tudo mudasse em sua vida. Cada vez que via seus rebanhos e contemplava os campos arados, pensava: “Foi isto que me impediu de seguir aquele Mestre admirável!” E seus olhos nunca mais brilharam diante de suas posses, até que...
            Até que, um dia (posso apostar nisso!), decidiu romper com tudo e fez o que Jesus havia sugerido. Livre, então, o coração a saltar dentro do peito, possuidor do maior de todos os tesouros – a liberdade interior – saiu pela estrada e foi encontrar Jesus...
            É claro que o Evangelho não conta este desfecho. Mas Inácio de Loyola também ouviu aquele versículo terrível: “De que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder a sua alma?” (Mt 16,26.) E Charles de Foucauld trocou igualmente riqueza e nobreza por um deserto povoado de Deus. E Albert Schweitzer, o mais famoso intérprete de Bach de seu tempo, deixou os salões de concerto da Europa para fazer medicina entre os negros do Congo Belga. Aposto que aquele jovem foi tão esperto quanto eles e trocou suas quinquilharias pelo tesouro maior!
            E nós? Que coisa vamos acumular em nossa vida?
Orai sem cessar: “Tu és o meu quinhão na terra dos vivos!” (Sl 142,6)


Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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