Nunca
mais terá sede... (Jo 6,24-35)
Esta é uma
promessa pessoal de Jesus: saciar em definitivo a humana fome, matar a sede que
faz cada célula da humanidade clamar por uma água viva que não dependa das
oscilações do clima e da história.
E essa água
está à disposição de cada homem que vem a este mundo. A condição? Crer! “Quem
crê em mim nunca mais terá sede...”
Se, por um
lado, o processo de desertificação agride vastas áreas do planeta, não é menor
o “deserto” interior que caustica os corações humanos. São multidões
mergulhadas nesse deserto ínvio e mortal. A inundação das drogas e da
prostituição apenas reflete a intensidade dessa procura por sentido e consolação.
Na missa de
início de seu pontificado, em sua homilia, o Papa Bento XVI dizia: “A Igreja no
seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para
conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho
de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude”. O oásis existe, mas
alguém precisa mostrar o seu caminho
quem tem sede.
Pouco depois,
na Carta apostólica “Porta Fidei”
[Porta da Fé], o mesmo Papa observava: “Sucede não poucas vezes que os cristãos
sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da
fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua
vida diária. Ora, tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente
acaba até negado. Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido
cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e
aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes
setores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas
pessoas”. (PF, 2.)
No polo
oposto, vejo em minhas viagens missionárias, por diferentes lugares do Brasil,
os numerosos jovens que decidem orientar sua vida, sua profissão e sua vocação
a partir da fé em Jesus Cristo. Esta juventude cheia de esperança e vitalidade
se reúne em comunidades vivas e vibrantes para aprofundar sua própria
experiência de Deus e, ao mesmo tempo, comunicá-la a todos que atravessam seu
caminho.
Nesses
jovens de fé, a alegria interior é irradiada nas palavras e nos gestos, nos
olhares e nos cânticos, deixando vir à superfície de seu ser um borbulhar de
vida que muitos perderam à medida que se fechavam à ação de Deus em suas vidas.
O simples contato com eles já se torna uma aurora de esperança. Eles conhecem a
única Fonte que pode saciar o coração humano: Jesus Cristo.
Neles se
cumpre a promessa de Jesus: nunca mais terão sede...
Orai sem cessar: “Todas as minhas
fontes se acham em Ti!” (Sl 87,7)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova
Aliança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário