A vontade de vosso Pai... (Mt 18,1-5.10.12-14)
Todo
dia, ao rezar o Pai-Nosso, nós repetimos com Jesus: “Seja feita a vossa vontade
/ assim na terra como nos céus”. E qual seria, na prática, essa “vontade” de
Deus? Qual o anseio profundo de seu coração paterno?
Este
Evangelho nos responde: “não se perca nenhum destes pequeninos”. (Mt 18,14.)
Sim, fomos criados para a vida eterna. Para evitar nossa perdição, o Filho se
fez carne, padeceu e morreu por nós. Se, mesmo assim, após tanto sacrifício,
viéssemos a nos perder, todo esse amor seria desperdiçado!
São
João também ensina: “A tal ponto Deus amou o mundo, que lhe entregou o seu
Filho unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida
eterna”. (Jo 3,16.) E Jesus sempre alimentou a mesma esperança: “Quando eu for
erguido, atrairei todos a mim”. (Jo 12,32.)
Os
santos foram sensíveis a essa “vontade” de Deus. Vontade de salvar, de não
deixar perder os filhos. Por isso é que S. Luís Maria Grignion de Montfort
peregrinava pela França, em permanente missão, livrando os pecadores da
escravidão espiritual. Por isso S. Francisco Xavier atravessou oceanos e morreu
no Oriente, impelido pela ânsia de anunciar a Boa Nova da salvação. Por isso
tantas monjas contemplativas dedicaram sua vida à oração, intercedendo pelos
missionários da linha de frente. Em todos, o mesmo desejo: fazer a vontade de Deus
e contribuir para a recuperação da centésima ovelha...
Isto
leva a uma reflexão pessoal: entre os objetivos de minha vida está o de salvar
almas? Colaboro com Cristo para que muitos o conheçam, venham a amá-lo e,
assim, experimentem a vida eterna? Sou um cristão missionário?
Claro,
não preciso ir à África para ser missionário! Nosso lar pode ser terra de
missão. Missionária é a esposa que convida o marido a rezar e, juntos, pedem
luzes ao Espírito Santo para as decisões que ele deve tomar em sua empresa.
Missionário é o marido que vê a esposa triste, algo depressiva, e lê para ela
um salmo de confiança em Deus. Missionários são os pais que cuidam da catequese
dos filhos, transmitindo-lhes o maior tesouro da família: a fé.
Pena
que nossos lares vão-se transformando em terra de pagãos. Em lugar de preces,
maldições. Em vez de sacrifícios, lazer. Em vez do Evangelho, a TV. E os
efeitos dessas opções mostram-se, depois, no comportamento dos filhos, na
infidelidade dos pais, na fragilidade dos casamentos.
Quando
começaremos a salvar os pequeninos de Deus?
Orai sem cessar: “Com Deus realizaremos
façanhas!” (Sl 108 [107], 14)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade
Católica Nova Aliança.
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