A chave da ciência... (Lc 11,47-54)
Os primeiros cristãos não eram
propriamente teólogos. Eles haviam experimentado um encontro com Jesus Cristo e
transmitiram aos outros a sua experiência. As contestações e objeções que
precisaram enfrentar é que deram origem à reflexão teológica.
Quando a religião brotava
diretamente da experiência vivida pelos apóstolos e, a seguir, testemunhada a
seus ouvintes, tudo era bem mais fácil: rezar, partilhar a Palavra, celebrar os
mistérios da fé, edificar a comunidade. As coisas começaram a complicar quando
alguns se convenceram de que o conhecimento é que permitia o contato com Deus.
Já no tempo de Jesus, ele teve
ocasião de verberar os “doutores” de seu tempo, que também andavam complicando
a relação do povo com o Senhor Yahweh: “Vós mesmos não entrastes, e ainda
impedistes os que queriam entrar”. (Lc 11,52)
Será verdade que nossa relação com o
Senhor depende de cursos de teologia? Faz sentido essa ânsia de ir a encontros
para “aprofundar” o conhecimento de Deus? Justifica-se a corrida a pregadores
que a TV tornou famosos?
Santa Teresinha do Menino Jesus compara as escadas, que
exigem esforço físico de quem sobe, e os elevadores, novidade daquela época.
Ela escreve:
“Eu também gostaria de encontrar um
elevador para elevar-me até Jesus, pois sou pequena demais para subir a íngreme
escada da perfeição. Procurei, então, na Sagrada Escritura, a indicação do
elevador, objeto do meu desejo, e li estas palavras: ‘Quem for pequenino, venha
cá; ao que falta entendimento, vou falar’. (Pr 9,4) Vim, então, adivinhando ter
encontrado o que procurava e querendo saber, ó Deus, o que faríeis ao pequenino
que respondesse ao vosso apelo. Continuei minhas pesquisas e eis o que achei:
‘Como a mãe acaricia seu filho, eu vos consolarei, vos levarei ao peito e vos
acalentarei sobre meus joelhos’. (Is 12-13) Ah! Nunca palavras mais suaves,
mais melodiosas, vieram alegrar minha alma. O elevador que deve elevar-me até o
Céu são vossos braços, ó Jesus! Para isso, eu não preciso crescer, pelo
contrário, preciso permanecer pequena, que o venha a ser sempre mais.” (Manuscrito C, 271)
Em resumo: o amor vale mais que a
ciência...
Orai sem
cessar: “Nas tuas
mãos está o meu destino...” (Sl 31,16)
Texto de
Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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