terça-feira, 13 de dezembro de 2016

PALAVRA DE VIDA

Não quero... (Mt 21,28-32)
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               Grande mistério é a liberdade humana! Quando o Gênesis anota que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, fica subentendido que a criatura foi dotada de liberdade. Um Deus infinitamente livre não criaria escravos nem robôs... Mesmo correndo o risco de ser rejeitado por sua criatura...

               É exatamente esta liberdade, a capacidade de escolha, que traça a linha divisória entre a pessoa humana e os demais seres regidos por determinismos, desde os minerais submetidos às leis da física até os animais dominados por instintos. Em suma, ser humano é ser capaz do sim e do não.
               Na parábola deste Evangelho, dois filhos são convocados pelo pai a trabalharem na colheita da uva. O primeiro se nega: “Não quero!” Depois, porém, repensou e acabou assumindo a tarefa. Qual teria sido a motivação de sua mudança? Medo de algum castigo ou represália? Preocupação com a própria imagem diante dos outros? Ou seria por amor ao pai?
               O fato é que ele refletiu, avaliou que sua negativa não era a resposta adequada e decidiu mudar de atitude. É isto que podemos chamar de “conversão”. Depois de passar pelo erro, por escolhas de qualidade inferior – por pecados, diz a moral cristã – o filho age como filho. E obedece...
               Este filho é a imagem de muitos pecadores do tempo de Jesus, na figura de “publicanos e prostitutas”, isto é, pessoas que viviam à margem da Lei mosaica, mas acabaram por fazer um ato de fé e aderir a Jesus Cristo.
               Sim, há um segundo filho: o que disse “sim, senhor”, mas não foi. Este outro encarna a figura das lideranças religiosas daquele tempo – anciãos e sacerdotes -, que pareciam fiéis e obedientes a Deus, mas se recusaram a acolher o Messias enviado por Deus. Diziam sim, mas viviam não...
               Um olhar atento logo saberá associar a liberdade e o amor. Para um filho, a obediência não é pesada quando ele se sente amado pelos pais. Ao dizer sim, o filho responde ao amor com amor. Pelo mesmo motivo, na cerimônia do casamento, quando os noivos celebram uma união para a vida, bem no centro do sacramento encontra-se um “sim”, sem o qual a união seria nula pela raiz. O amor humano é o mais elevado exercício da liberdade.
               Já dissemos não tantas vezes! Por que não mudar de vida?
Orai sem cessar: “Eis que venho, ó Deus, para fazer a tua vontade!” (Hb 10,7)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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