sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

PALAVRA DE VIDA

 João era a lâmpada... (Jo 5,33-36)
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                A imagem escolhida por Jesus para falar de João Batista, seu precursor, não é a “lâmpada” de nossos dias, com luz fria e imóvel. A antiga lâmpada da Palestina (lychnos, no texto grego de São João) era uma chama viva, capaz de queimar e brilhar. Uma vez acesa, ela bailava no ar, emitindo luz e calor.

               Ora, o Evangelho de Lucas (1,15) registra as palavras do anjo a Zacarias, no secreto do Templo, dizendo que João Batista seria cheio do Espírito Santo “desde o ventre de sua mãe”. É exatamente essa íntima pulsação do Espírito de Deus que fez de João uma lâmpada, um foco de luz e calor para espantar as sombras que envolviam Israel.
               Entre as várias imagens bíblicas para representar o Espírito Santo – vento / azeite / pomba / água viva etc. – destaca-se o FOGO. Na manhã de Pentecostes, quando se cumpriu a promessa do Pai (cf. At 1,4-5), que falava de um batismo “no fogo e no Espírito” (Lc 3,16), foram as línguas de fogo que caíram do céu e se repartiram por todos os presentes no Cenáculo, empoderando-os para dar continuidade à missão de Jesus Cristo.
               Tal como o dinamismo do Espírito, são múltiplas as funções do fogo: afasta as trevas, aquece os corpos, cauteriza as feridas, purifica os objetos, derrete os sólidos, destrói as impurezas. Assim, a condição para arder e brilhar, atraindo os olhares para Cristo, é estar cheio do Espírito Santo.
               Isto pode explicar o frequente fracasso dos ministros da Igreja, quando se dedicam, com suor e boa vontade, a realizar pesadas tarefas pastorais, mas sem previamente deixar-se queimar pela chama do Espírito, condição sine qua non para todo trabalho eclesial.
               Aqui e ali, muita gente tem apostado em seus cursos de teologia, em suas dinâmicas sociais, em novas técnicas de comunicação e “marketing cristão”. Com tudo isso, suas igrejas se esvaziam. Em outros lugares, com extrema pobreza de meios e recursos, mas ardentes no Espírito, outros pastores atraem multidões e inflamam os corações.
               A figura de João Batista, modelado pelo Vento do deserto, deve servir-nos de estímulo a buscar na plenitude do Espírito Santo as inspirações para nosso testemunho cristão. Não há outro caminho...
Orai sem cessar: “Vou preparar uma lâmpada para o meu ungido.” (Sl 132,17)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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