sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

PALAVRA DE VIDA

 A paz seria como um rio... (Is 48,17-19)
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                Esta passagem do profeta Isaías traz uma lamentação do próprio Deus ao ver que Israel, seu povo de predileção, desperdiça as oportunidades de chegar à paz e à felicidade: “Quem dera tivesses levado a sério as minhas ordens!”

               Partimos do princípio de que Deus é bom, inacessível ao mal, inteiramente dedicado a promover o nosso bem. Assim sendo, aquilo que poderia ser visto como simples proibição da parte dele, é, na verdade, um gesto de amor. Por exemplo, o 5º mandamento: “Não matarás!” E aquilo que poderia ser tomado como mero conselho, é, no fundo, um itinerário de paz. Por exemplo, o 4º mandamento: “Honra teu pai e tua mãe!”
               Quando um filho se sente amado, ele se esforça por ser obediente, pois entende que sua atitude é uma resposta amorosa ao amor recebido. Se, ao contrário, não experimenta o amor dos pais, facilmente assumirá uma atitude de rebeldia, vendo nas ordens, conselhos ou admoestações dos pais uma espécie de escravidão.
               A história de Israel, no Antigo Testamento, é a narrativa de um povo que foi objeto de todas as preferências divinas e, apesar disso, foi repetindo ao longo do tempo uma série de desvios e quebras da Aliança, incluindo a busca de autodeterminação, a idolatria e a corrupção dos costumes.
               Daí o lamento de Deus, pela boca de Isaías, ao mostrar todos os dons desperdiçados pela desobediência: uma paz sem limites, a descendência numerosa, filhos incontáveis como grãos de areia.
               Não seria o caso de aplicar a experiência de Israel à nossa própria sociedade, que abre mão dos valores do Evangelho para idolatrar o dinheiro e o lucro, o poder e o sucesso? E, em consequência, vê os pobres explorados, os fracos marginalizados, as crianças transformadas em mão de obra semiescrava?
Ou, quem sabe, aplicá-la à nossa experiência pessoal, quando deixamos que nossa mente fosse “catequizada” pelos valores do mundo pagão? Não foi assim que passamos a zombar da virgindade? Não foi assim que começamos a rir dos honestos? Não foi assim que adotamos os métodos e procedimentos “pragmáticos” e utilitaristas, segundo os quais os meios justificam os fins e “é preciso levar vantagem em tudo”, certo?
               Quando o Evangelho fala de “conversão”, sugere que voltemos a Deus...
Orai sem cessar: “Quem ama tua lei, Senhor, tem muita paz.” (Sl 119,165)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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