segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

PALAVRA DE VIDA

 Foram às pressas... (Lc 2,16-21)
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           Estamos diante de uma notável mudança. O povo hebreu passara séculos sem nenhuma pressa, esperando pacientemente que Deus cumprisse suas promessas. Ou melhor, a promessa fundamental, desde seu primeiro aceno em Gênesis 3,15: da linhagem da mulher, da semente de Eva, viria o Messias libertador para esmagar a cabeça da serpente e inaugurar novos tempos.

            A história do Povo Escolhido encerra exemplos notáveis de paciência. Como o velho Abraão, que esperou por 25 anos o nascimento de Isaac, o filho que Deus lhe prometera. Jó, ferido de lepra, e Tobit, reduzido à cegueira, também precisaram da mesma paciência até que Deus se “lembrasse” deles. Em escala mais ampla, os 40 anos de errância no deserto, os cativeiros do Egito e Babilônia, também foram tempos de silêncio de Deus, a exigir uma confiança sempre renovada em suas promessas.
            Agora, não: tudo mudou. Estamos em tempo da Nova Aliança. Agora o tempo se acelera e os pastores têm pressa, diante do anúncio feito pelos anjos. Aliás, pastores são gente simples, sem medo do ridículo. Como aquele velho pai da parábola, que não teve vergonha de sair correndo em público para acolher o filho que voltava.
            De fato, o amor se move. O amor tem pressa. O amor tende para o amor. E chegando à gruta de Belém, os pastores vão encontrar exatamente o Amor encarnado, no colo da Mãe do puro amor. O Amor descera até a humanidade faminta de amor. O Altíssimo se nivelava aos pequeninos deste mundo.
            Assim é o Amor: ele se rebaixa, se apequena, se humilha. Desce ao húmus dos mortais. Abre mão de glórias e resplendores. Fecha os ouvidos aos coros angélicos para escutar o murmúrio dos pastores. Não admira, pois, que eles venham correndo, perdendo o fôlego, para conferir a Boa Notícia recebida.
Estes humildes pastores de Belém têm muito a nos ensinar. Exatamente a nós, os lerdos, os morosos, os preguiçosos, que ouvimos há tanto tempo o chamado de Deus e ficamos adiando para um incerto amanhã o momento de acolher a graça dada, grátis e imerecida, de anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo e zelar amorosamente por seu rebanho tão mal cuidado!
            Que estamos esperando para caminhar, às pressas, na direção de Jesus? Iniciando o ano novo, abre-se à nossa frente admirável leque de possibilidades. E nenhuma delas é mais importante do que estar a serviço de Deus...
Orai sem cessar: “Deus se lembra eternamente de sua Aliança!” (Sl 104,8)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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