Negue-se a si mesmo!
(Mc 8, 27-35)

No polo oposto, vem Jesus Cristo
e declara: “Se alguém me quer seguir, negue-se a si mesmo...” É que Jesus sabe
muito bem qual será o último passo de sua missão: a cruz do Calvário. E ninguém
pode subir tão alto se conserva seus apegos, alimenta seus comodismos, sustenta
seus interesses.
Com Jesus, subir é perder. Na hora da cruz, todo o corpo se revolta.
Na prova da humilhação, o orgulho protesta. Na noite da solidão, a mente se
revolta. E quem tinha iniciado o caminho movido apenas por um entusiasmo
juvenil, logo desanima e protesta, arremessando ao solo a cruz insuportável...
A não ser, é claro, que o
seguidor de Jesus Cristo tenha previamente aceitado a negação de si mesmo.
Tenha decidido abrir mão das aparentes seguranças humanas. Tenha optado por
rejeitar o tentador apoio dos poderosos. Recusar as conveniências e as
vantagens oferecidas pelo “sistema”. Abandonar-se inteiramente nas mãos de
Deus. E tudo isto, claro, bate de frente com os “valores” do mundo pagão.
S. Josemaría Escrivá, um santo de
nossos dias, comenta com sua proverbial sabedoria: “Há no ambiente uma espécie
de medo da Cruz, da Cruz do Senhor. Tudo porque começaram a chamar de cruzes a
todas as coisas desagradáveis que acontecem na vida, e não sabem aceitá-las com
sentido de filhos de Deus, com visão sobrenatural. Até tiraram as cruzes que
nossos avós levantaram nos caminhos!”
Ainda tenho medo da cruz? Minha
religião ainda é um sistema para facilitar a minha vida? Continuo na pretensão
de “usar” a Deus em meu benefício? Ou já me dispus a abraçar Jesus e, com ele,
a cruz que me salva?
Orai sem cessar:
“Confia ao Senhor a tua sorte. Espera nele e Ele agirá!” (Sl 37, 5)
Texto de
Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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