sexta-feira, 1 de julho de 2011

PALAVRA DE VIDA
E encontrareis descanso... (Mt 11, 25-30)

        Deus tem coração... A liturgia de hoje, ao celebrar a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, repete-nos o convite do Filho de Deus que assumiu nossa humanidade ao nascer de Mulher: “Vinde a mim!” Jesus se dirige especialmente aos que andam cansados, sobrecarregados com os fardos de cada dia: as responsabilidades da vida familiar, a dura competição no trabalho, a luta pela sobrevivência em um mundo indiferente, a perseguição pela fé, o sofrimento experimentado nas doenças e na idade avançada.
       Tudo isto é como uma canga, aquela pesada travessa de madeira que os bois de carro do interior brasileiro levam sobre o pescoço. Vivem subjugados, dois a dois, espicaçados pelo carreiro que os impele a arrastar o peso de sua carga.
       Mas existe uma carga que pesa ainda mais: é o terrível fardo do pecado. Ele oprime a mente, escraviza os sentidos, domina a vontade. Até o Apóstolo Paulo chegou a protestar: “Não faço o bem que eu quereria, mas o mal que não quero!” (Rm 7, 19.) Vivendo no pecado, nossa consciência nos acusa todo o tempo, invade-nos um sentimento de indignidade e fazemos força para nos ocultar dos olhares de Deus.
       Mas é um olhar de amor, esse olhar! São os olhos de um Pai amoroso que se voltam para o filho pecador. E Jesus, o Filho que conhece o Pai, convida-nos a voltar para casa: ali teremos o perdão, a restauração interior, a posse renovada de todos os direitos de filho. Inesperadamente, ao lançar fora o fardo que arrastávamos, Jesus nos convida a assumir um jugo diferente: trata-se da obediência amorosa à vontade do Pai. Este jugo, diz Jesus, é leve e suave. É no coração de Jesus, manso e humilde, que nós acharemos o descanso que já nos parecia impossível.
       Um detalhe importante: a canga do pecado, eu carrego sozinho. O jugo de Jesus, é carregado a dois: ele não me deixa sozinho...
       No centro das grandes cidades, as multidões passam apressadas, os olhares vazios a revelar toda a angústia que rói o seu íntimo. Passam cegos, sem perceber o irmão que caminha ao lado. Na pressa, chegam a competir pelo espaço das calçadas, trombando com o outro. Alguém precisa dizer-lhes que, se forem a Jesus, serão aliviados.
       Deus tem coração. Um coração que clama do alto da cruz: “Tenho sede!” Uma divina e irresistível sede de almas. Santa Teresinha do Menino Jesus percebeu esta sede e sofria no anseio de saciar o Coração de Deus.

        Que estamos fazendo para matar a sede do Cristo crucificado?

Orai sem cessar: “Jesus, manso e humilde de coração,

fazei o nosso coração semelhante ao vosso!”

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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