sábado, 18 de fevereiro de 2012

PALAVRA DE VIDA

 Ressuscitar dos mortos... (Mc 9,2-13)
            Depois de presenciarem a luminosa transfiguração de Jesus, os três apóstolos escolhidos como testemunhas da glória do Senhor parecem um tanto “passados”. O Evangelho de São Lucas (9,31) acrescenta um detalhe importante: a conversação entre Jesus, Elias e Moisés versava sobre a futura morte de Jesus, de modo que a visão da glória poderia servir aos discípulos como uma espécie de preparação (ou “vacina”) para a impensável humilhação do Filho de Deus no Calvário.
            Quando, porém, na descida do Monte Tabor, Jesus ordena aos três que guardem segredo de tudo aquilo até que ele tenha ressuscitado dos mortos, Pedro, Tiago e João ficam a se interrogar qual seria o sentido dessa tal “ressurreição”. É a prova cabal de que um fato assim sobrenatural ultrapassava neles a capacidade de compreensão.
            De fato, somente quando encontraram o túmulo vazio e, dentro dele, as bandagens vazias, depositadas no solo, sem terem sido desmanchadas com a saída de Jesus, como um casulo deixado pela borboleta (cf. Jo 20,6-8), somente então “viram e creram” na ressurreição. Não admira que Tomé quisesse espetar com o dedo indicador as chagas do Ressuscitado!
            Este fato prenunciado já na Transfiguração é sem duvida o fato central do Cristianismo. Se Jesus não tivesse ressuscitado, como antecipara aos discípulos em três ocasiões (cf. Mc 8,31ss; 9,30ss; 10,32ss), hoje nós o recordaríamos no máximo como um profeta, um homem “bonzinho”, um sábio do Oriente, um agitador das massas, talvez. Tendo, porém, ressuscitado dos mortos, Jesus comprova aos olhos dos Apóstolos – testemunhas oculares da História! – que ele é o Filho de Deus, o absoluto Senhor da Vida e vencedor da morte.
            Por outro lado, a ressurreição de Jesus Cristo é para o cristão o penhor – isto é, a garantia – de nossa própria ressurreição. Após a morte, no grande dia da Segunda Vinda do Senhor, seremos novamente dotados de um corpo. Esta fé na ressurreição – objeto de um dos artigos do Símbolo dos Apóstolos: “Creio na ressurreição da carne” – é que nos impede de crer, como os hinduístas e os espíritas, em vidas sucessivas por meio de reencarnações.
            Como escreve São Paulo aos fiéis de Corinto, “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé”. (1Cor 15,14.) Palavras de fogo para aquecer a nossa esperança!
Orai sem cessar: “Em minha própria carne, contemplarei a Deus.” (Jó 19,26)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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