Ressuscitar dos mortos... (Mc 9,2-13)
Quando, porém, na descida do Monte Tabor, Jesus ordena aos três que guardem segredo de tudo aquilo até que ele tenha ressuscitado dos mortos, Pedro, Tiago e João ficam a se interrogar qual seria o sentido dessa tal “ressurreição”. É a prova cabal de que um fato assim sobrenatural ultrapassava neles a capacidade de compreensão.
De fato, somente quando encontraram o túmulo vazio e, dentro dele, as bandagens vazias, depositadas no solo, sem terem sido desmanchadas com a saída de Jesus, como um casulo deixado pela borboleta (cf. Jo 20,6-8), somente então “viram e creram” na ressurreição. Não admira que Tomé quisesse espetar com o dedo indicador as chagas do Ressuscitado!
Este fato prenunciado já na Transfiguração é sem duvida o fato central do Cristianismo. Se Jesus não tivesse ressuscitado, como antecipara aos discípulos em três ocasiões (cf. Mc 8,31ss; 9,30ss; 10,32ss), hoje nós o recordaríamos no máximo como um profeta, um homem “bonzinho”, um sábio do Oriente, um agitador das massas, talvez. Tendo, porém, ressuscitado dos mortos, Jesus comprova aos olhos dos Apóstolos – testemunhas oculares da História! – que ele é o Filho de Deus, o absoluto Senhor da Vida e vencedor da morte.
Por outro lado, a ressurreição de Jesus Cristo é para o cristão o penhor – isto é, a garantia – de nossa própria ressurreição. Após a morte, no grande dia da Segunda Vinda do Senhor, seremos novamente dotados de um corpo. Esta fé na ressurreição – objeto de um dos artigos do Símbolo dos Apóstolos: “Creio na ressurreição da carne” – é que nos impede de crer, como os hinduístas e os espíritas, em vidas sucessivas por meio de reencarnações.
Como escreve São Paulo aos fiéis de Corinto, “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé”. (1Cor 15,14.) Palavras de fogo para aquecer a nossa esperança!
Orai sem cessar: “Em minha própria carne, contemplarei a Deus.” (Jó 19,26)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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