sábado, 25 de fevereiro de 2012

PALAVRA DE VIDA

Levantou-se e o seguiu... (Lc 5,27-32)
            Não foi tanto com os olhos do corpo, mas com o olhar interior de seu amor que Jesus viu Mateus em sua banca de cobrador de impostos, observa Beda, o Venerável [+735]. O santo monge continua sua reflexão:
            “Ele viu o publicano, amou-o, escolheu-o e lhe disse: ‘Segue-me!’ – quer dizer, imita-me. Ao pedir que o seguisse, Jesus convidava menos a caminhar após ele do que a viver como ele, ‘pois aquele que diz permanecer no Cristo deve também viver como Ele mesmo viveu’ (1Jo 2,6).
            Mateus se levantou e o seguiu. Nada de espantoso que o publicano, ao primeiro chamado imperioso do Senhor, tenha abandonado sua busca de lucros terrestres e, desprezando os bens temporais, tenha aderido àquele que ele via desembaraçado de toda riqueza. É que o Senhor, que o chamava do exterior por sua palavra, tocava-o no mais íntimo de sua alma e ali derramava a luz da graça espiritual para que o seguisse.
            Como Jesus estivesse à mesa, em casa, numerosos publicanos e pecadores assentaram-se com ele e seus discípulos. A conversão de um único publicano abriu o caminho da penitência e do perdão a muitos publicanos e pecadores... Na verdade, um belo presságio! Aquele que deveria ser, mais tarde, apóstolo e doutor entre os pagãos, arrasta atrás de si, quando de sua conversão, os pecadores ao caminho da salvação. E este ministério, que iria desempenhar após haver progredido na virtude, ele o assume desde os primeiros inícios de sua fé...
            Tentemos compreender mais profundamente o acontecimento aqui relatado. Mateus não apenas ofereceu ao Senhor um banquete corporal em sua morada terrestre, mas, bem mais que isso, ele preparou um festim na casa de seu coração, por sua fé e seu amor, como testemunha aquele que diz: ‘Eis que estou à porta e bato; se alguém ouve a minha voz e abre, eu entrarei em sua casa e ceremos, eu com ele e ele comigo’. (Ap 3,20.)
            Sim, o Senhor está à porta e bate quando ele torna nosso coração atento à sua palavra, seja pela boca do homem que ensina, seja por uma inspiração interior. Nós abrimos a porta ao chamado de sua voz quando damos livre assentimento a suas advertências interiores ou exteriores, e quando pomos em prática aquilo que compreendemos que devíamos fazer.”
            Hoje, Cristo continua chamando. Ele insiste em bater à porta...
Orai sem cessar: “Senhor, seguir-te-ei aonde fores!” (Lc 9,57)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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