segunda-feira, 23 de abril de 2012

PALAVRA DE VIDA

O alimento que permanece... (Jo 6, 22-29)
            Multiplicando o pão e os peixes, Jesus alimentara uma multidão de 5000 pessoas. Querem fazê-lo rei. Ele se retira para a solidão da montanha, pois sabia muito bem que seu Reino “não era deste mundo” (cf. Jo 18, 36). No dia seguinte, quando a turba reencontra Jesus no Lago de Tiberíades, ele faz questão de trazer à luz as intenções profundas daquele povo: vistes milagres... ficastes saciados... E o Mestre aponta para outra direção: não trabalhar em vão por um alimento que “passa” no tempo. Antes, empenhar-se pelo alimento que permanece na eternidade.
            Sei muito bem que são poucos, hoje, a falar em eternidade. Em uma civilização do descartável, do one way, os olhares e os corações se orientam para o imediato, o carpe diem, aproveitar a vida, gozá-la intensamente e, de preferência, já!
            No entanto, dentro de nosso corpo provisório pulsa uma alma imortal, cuja vida se estenderá além da morte, além do tempo, mergulhando no eterno. E o novo “estado” de vida (na eternidade) dependerá da forma como gastamos e vivemos este “tempo” breve, efêmero como a erva dos campos, lembra a Escritura.
            O pão material permite subsistir no tempo. Terminada esta passagem pelo tempo, que alimento nos manterá na Vida? Apenas um alimento espiritual que é dom do próprio Deus. Na verdade, em sua misericórdia paterna, Deus antecipou para nós o Pão de vida eterna. A Eucaristia. Por isso mesmo, Jesus Cristo nos fez uma promessa muito clara e repetida mais de uma vez: “Eu sou o Pão de Vida... Eu sou o Pão vivo que desceu do Céu. Se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que eu hei de dar é a minha Carne pela vida do mundo”. (Jo 6, 48.51.)
            A Igreja canta o antigo hino litúrgico:
                        “Eis o pão que os Anjos comem
                        Transformado em pão do homem.
                        Só os filhos o consomem:
                        Não seja lançado aos cães.
Vós que a tudo sustentais,
Que aos homens apascentais,
Fazei de nós comensais,
Co-herdeiros imortais
Dos santos concidadãos.”
Orai sem cessar: “Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo!” (Sl 42 [41])
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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