
No Evangelho de hoje, Jesus, tantas
vezes interpelado de modo capcioso pelos doutores da lei e pelos fariseus,
devolve-lhes na mesma moeda. Como os escribas ensinavam que o Messias esperado
era “Filho de Davi”, Jesus se vale de um texto do próprio Davi – o Salmo 110,1
– para mostrar que Davi, paradoxalmente, chamava o Messias de “Senhor”, um
título divino, o que equivale a reconhecer que Davi lhe era inferior.
Claro que o povo se deliciava quando
via os “doutores” desmascarados por um simples carpinteiro. Mateus registra que
foi a gota d’água: dali em diante, desistiram de pegar Jesus em alguma
armadilha doutrinária.
Também hoje, em nossos dias, há
muitos doutores a ensinar suas próprias doutrinas, suas teologias particulares,
ainda que seus livros colidam de frente com a sã doutrina e a tradição
multissecular da Igreja de Jesus. Ousam tratar arbitrariamente de questões
delicadas como o homossexualismo, o aborto, o sacerdócio das mulheres e o próprio
papel de Jesus como Salvador da humanidade. E se o Magistério eclesial se
pronuncia, alertando sobre os erros ou emitindo sanções, os “doutores” se fazem
de vítimas perseguidas pelo poder absolutista do Papa (sic).
Foi assim com a publicação da Instrução
“Christus Dominus”, que reafirmava o papel único de Jesus Cristo na
História da Salvação. A mídia anticatólica logo abriu amplos espaços para os
contestadores, que verberaram a Igreja com os mesmos adjetivos de costume:
retrógrada, conservadora, antiecumênica, integrista, anacrônica.
O Apóstolo nos preveniu: viriam
falsos doutores, lobos com pele de cordeiro (At 20,29), a espalhar suas falsas
doutrinas. O povo simples e fiel prefere ficar com o Filho do Carpinteiro...
Orai
sem cessar: “Hosana ao Filho de Davi!” (Mt
21,9)
Texto
de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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