domingo, 10 de junho de 2012

PALAVRA DE VIDA

Uma casa dividida... (Mc 3,20-35)
            Os generais romanos tinham um lema: “dividir para imperar”. Eles sabiam que um grupo social unido e coeso dificilmente seria vencido. Por isso, tratavam de provocar divisões no adversário para enfraquecê-lo.
            Também Jesus de Nazaré conhecia essa realidade. Via seu povo dividido em grupos religiosos irreconciliáveis (fariseus e saduceus), partidos opostos (anti-romanos e colaboracionistas, como os publicanos). Ele sabia que a divisão mina a sociedade, racha as famílias, corrói as comunidades.
            É bem claro o princípio lembrado neste Evangelho: uma casa dividida não tem futuro. Se os que moram na mesma casa não reúnem suas forças, acabarão arruinados. Qualquer grupo humano – famílias, equipes de trabalho, empresas, comunidades e Institutos religiosos – estão sujeitos a esta lei. As congregações possuem seu carisma como princípio unificador. As empresas adoram seus objetivos como traço de união. A família precisa viver o amor como a ponte que a todos aproxima, como argamassa que reúne as pedras da s construção.
            Mesmo em assunto de menor importância, como o futebol, o senso coletivo deve prevalecer sobre as firulas e as vaidades individuais. Tanto que os norte-americanos chamam esse esporte de “soccer”, acentuando seu lado “social” de interação e cooperação. A equipe treina em conjunto, dorme na mesma concentração e, natural, disputa a partida ao mesmo tempo, vestindo a mesma camisa. Se vencem, todos comemoram; se perdem, todos se sentem humilhados.
            Em preparação ao Ano da Fé, proposto pelo Papa Bento XVI, e que começará em outubro próximo, devemos lembrar que somos herdeiros da mesma fé apostólica. Tal como os atletas de uma equipe de revezamento, recebemos das gerações anteriores um “bastão”, que é o depósito da fé, e não podemos deixar que ele caia no esquecimento. Os mistérios da fé apostólica, que repetimos no Símbolo – o “Creio” – em cada Eucaristia, são o eixo de nossa unidade. Todo desvio dessa herança acaba por gerar a fratura e a discórdia, gerando facções e partidos.
            Que posso fazer para estreitar os laços de minha família?
Orai sem cessar: “Oh! Como é bom e agradável
                                irmãos unidos viverem juntos!” (Sl 133,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

Nenhum comentário:

Postar um comentário