
Também Jesus de Nazaré conhecia essa
realidade. Via seu povo dividido em grupos religiosos irreconciliáveis
(fariseus e saduceus), partidos opostos (anti-romanos e colaboracionistas, como
os publicanos). Ele sabia que a divisão mina a sociedade, racha as famílias,
corrói as comunidades.
É bem claro o princípio lembrado
neste Evangelho: uma casa dividida não tem futuro. Se os que moram na mesma
casa não reúnem suas forças, acabarão arruinados. Qualquer grupo humano –
famílias, equipes de trabalho, empresas, comunidades e Institutos religiosos –
estão sujeitos a esta lei. As congregações possuem seu carisma como princípio
unificador. As empresas adoram seus objetivos como traço de união. A família
precisa viver o amor como a ponte que a todos aproxima, como argamassa que
reúne as pedras da s construção.
Mesmo em assunto de menor
importância, como o futebol, o senso coletivo deve prevalecer sobre as firulas
e as vaidades individuais. Tanto que os norte-americanos chamam esse esporte de
“soccer”, acentuando seu lado “social” de interação e cooperação. A equipe
treina em conjunto, dorme na mesma concentração e, natural, disputa a partida
ao mesmo tempo, vestindo a mesma camisa. Se vencem, todos comemoram; se perdem,
todos se sentem humilhados.
Em preparação ao Ano da Fé, proposto
pelo Papa Bento XVI, e que começará em outubro próximo, devemos lembrar que
somos herdeiros da mesma fé apostólica. Tal como os atletas de uma equipe de
revezamento, recebemos das gerações anteriores um “bastão”, que é o depósito da
fé, e não podemos deixar que ele caia no esquecimento. Os mistérios da fé
apostólica, que repetimos no Símbolo – o “Creio” – em cada Eucaristia, são o
eixo de nossa unidade. Todo desvio dessa herança acaba por gerar a fratura e a
discórdia, gerando facções e partidos.
Que posso fazer para estreitar os
laços de minha família?
Orai
sem cessar: “Oh! Como é bom e agradável
irmãos unidos viverem
juntos!” (Sl 133,1)
Texto
de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança
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